Rio
TH da Maré: Imagens mostram como era o dia a dia do traficante antes da morte
Traficante mais procurado do TCP, TH estava escondido em bunker no Timbau e era monitorado pela PM havia um ano
Thiago da Silva Folly, o TH da Maré, morto durante operação do Bope, nesta terça-feira (13), na comunidade do Timbau, vivia cercado por trinta seguranças. CTH tinha uma ficha criminal impressionante: 227 anotações e 17 mandados de prisão em aberto. Ele era procurado pelas autoridades há pelo menos nove anos.
O secretário de polícia militar, Marcelo Menezes, mostrou durante coletiva o tamanho da ficha do crimonoso. “Essa é a extensa ficha do TH, com 227 anotações criminais. Nesse momento é preciso que haja uma reflexão, uma discussão pelo endurecimento das leis, pelo cumprimento e encarceramento desses narcoterroristas que oprimem a população do Estado do Rio de Janeiro.”
Como vivia TH da Maré antes de ser morto?
A rotina do traficante de 36 anos era cercada de cuidados. Vídeos gravados por drones da Polícia Militar mostram TH sempre escoltado por ao menos 10 seguranças armados — embora a PM estime que o total de homens à disposição dele fosse de até 30.
Menezes também afirmou que o criminoso estava escondido em um bunker camuflado dentro da favela, e a operação só foi deflagrada após um ano de monitoramento da inteligência da PM, que aguardava o momento mais seguro para intervir sem colocar moradores em risco.
Confira as imagens:
Extensa ficha criminal e histórico de violência
A trajetória de TH da Maré envolvia crimes como:
- Tráfico de drogas
- Homicídios
- Roubo de veículos e de carga
- Assassinatos de agentes de segurança
Entre os casos mais graves, ele foi denunciado pela morte de dois policiais militares, Jorge Henrique Galdino Cruz e Rafael Wolfgramm Dias, em junho de 2023, e pela morte do cabo do Exército Michel Augusto Mikami, durante a ocupação das Forças Armadas no Complexo da Maré, em 2014.
Também é apontado como responsável pela execução do soldado da Força Nacional Hélio Andrade, morto ao ter a viatura fuzilada na Vila do João, dias antes dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
Centro de treinamento de criminosos e poder na comunidade
Além de comandar o tráfico, TH e seus comparsas mantinham um centro de treinamento paramilitar em um clube dentro da comunidade. O espaço, que poderia servir como área de lazer para os moradores, foi transformado em campo de treinamento do tráfico, com quadra, piscina e academia de uso exclusivo dos criminosos.
A estrutura foi desarticulada pela polícia em outubro de 2023, mas servia como base para preparo físico e simulações de combate armado, evidenciando o nível de organização e militarização da facção.
Com a morte de TH, há temor de que o Comando Vermelho, que domina outra parte do Complexo da Maré, tente invadir a região antes controlada pelo TCP. A PM informou que permanece em alerta para possíveis conflitos entre facções rivais.
*Com colaboração de Cyro Neves
