Rio
Tradição negra no morro: Jongo da Serrinha pode virar Patrimônio Cultural do RJ
Manifestação cultural nascida da resistência negra aguarda sanção do governador para reconhecimento oficial
O Jongo da Serrinha, uma das manifestações culturais mais antigas e representativas do Rio de Janeiro, está a um passo de receber o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A Assembleia Legislativa aprovou, em segunda e última votação, o projeto de lei de autoria do deputado Dionísio Lins (Progressistas) que oficializa o reconhecimento.
A decisão marca um momento histórico para a cultura popular carioca, já que o jongo carrega raízes africanas profundas e nasceu como expressão de resistência negra. No morro da Serrinha, em Madureira, a tradição se mantém viva e é referência nacional.
Origem e resgate da tradição
Fundado há cerca de 40 anos pelo Mestre Darcy do Jongo e por sua mãe, a lendária Vovó Maria Joana Rezadeira, o grupo Jongo da Serrinha foi responsável por revitalizar uma prática que corria risco de desaparecer. Ao levar a dança de roda dos quintais para os palcos, abriram espaço para crianças e jovens, garantindo a continuidade do legado.
Raízes africanas
Com origem na região do Congo-Angola, o jongo foi trazido ao Brasil por africanos escravizados, especialmente nas lavouras de café do Sudeste. No Rio de Janeiro, encontrou força na Serrinha, onde se consolidou como um polo cultural.
Segundo o deputado Dionísio Lins, “essa é uma maneira de reafirmar a importância e a história desse patrimônio cultural que não pertence somente à Serrinha e a Madureira, mas sim a todo o Rio de Janeiro”.
Agora, o texto segue para o governador Cláudio Castro, que tem 15 dias para decidir se sanciona ou não a lei.
Pontos que marcam a importância do Jongo da Serrinha
- Expressão de resistência negra e herança africana.
- Fortalecimento cultural no morro da Serrinha, em Madureira.
- Resgate histórico realizado por Mestre Darcy e Vovó Maria Joana.
- Projeção nacional como referência da cultura popular.