Vídeo mostra execução de policial civil em Niterói; suspeitos incluem dois policiais

Um vídeo de câmera de segurança flagrou o momento em que o policial civil Carlos José Queirós Viana, de 59 anos, foi executado com mais de dez tiros na porta de sua casa, em Niterói, na manhã desta segunda-feira (6).

Nas imagens, obtidas pela TV Globo, é possível ver um carro branco descendo a rua onde o policial morava, na Rua Raul Corrêa de Araújo. Carlos estava abaixado, próximo ao portão de casa, quando os criminosos se aproximaram. Um dos ocupantes do veículo, pela janela do carona, dispara várias vezes — ao todo, 12 tiros.

Poucas horas após o crime, três suspeitos foram presos, entre eles dois policiais militares. As prisões ocorreram durante uma ação da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Maricá (DHNSG) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

De acordo com as investigações, o crime é tratado como execução. A hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) foi descartada.

Confira o vídeo

Prisões e apreensões

Os agentes apreenderam armas com calibres compatíveis com os usados no assassinato e confirmaram que o carro utilizado no crime era clonado. Imagens das câmeras do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) de Niterói foram cruciais para rastrear o trajeto dos suspeitos até Duque de Caxias, onde foram detidos.

A Corregedoria da Polícia Militar acompanhou a operação e informou que os dois PMs serão levados para o Batalhão Especial Prisional (BEP), unidade destinada a militares custodiados. Eles também responderão a processo administrativo interno, que pode resultar na expulsão da corporação.

Reações das autoridades

O governador Cláudio Castro (PL) comentou o caso durante um evento da Polícia Civil, afirmando que os policiais envolvidos “mancham a honra da instituição”:

“Homens são falhos. Mas, se a gente está prendendo, isso mostra que não temos bandido de estimação. A Polícia Militar é a que mais pune, e vamos dar punição àqueles que praticam o crime”, afirmou Castro.

“Se comprovado, vamos iniciar o processo de expulsão imediatamente. Eu defendo uma lei mais dura para aqueles da segurança pública que vão para o lado errado.”

O delegado Willians Batista, titular da DHNSG, confirmou que a principal linha de investigação é execução planejada:

“Conseguimos rastrear o carro entrando em Xerém, e logo depois ele foi encontrado queimado. No momento da abordagem, três homens estavam em outro veículo, com armas compatíveis com as usadas no crime”, disse.

O secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, afirmou que a polícia ainda apura se há mais pessoas envolvidas na execução:

“Se houver outros envolvidos, as diligências continuarão até que todos sejam presos.”

Carlos José Queirós Viana era comissário lotado na 29ª DP (Madureira) e tinha mais de 30 anos de carreira na Polícia Civil.