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Brasil

Dez por cento dos homens dirigem após consumirem bebidas alcoólicas

Entre mulheres, percentual cai para 2,2%. Dados são da Pesquisa Vigitel 2023

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(Foto: Marcello Casal JR./Agência Brasil)

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde apontam que um em cada cinco homens morre antes dos 50 anos. É nessa faixa etária que as doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas podem se agravar, com índice de mortalidade até 50% maior entre os homens. Após ouvir sobre a rotina de 20 mil brasileiros, a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2023) do Ministério da Saúde constatou que os homens têm apresentado com frequência hábitos que aumentam os riscos ou pioram o prognóstico para esse tipo de doença.

Práticas como o tabagismo, consumo abusivo de álcool, sobrepeso, inatividade física e alimentação inadequada com ingestão de alimentos ultraprocessados são alguns exemplos. Nesse sentido, o coordenador substituto de Atenção à Saúde do Homem, Fernando Pessoa de Albuquerque, explica que, entre as medidas de prevenção, o autocuidado é fundamental, além da necessidade do cuidado integral proposto por profissionais de saúde.

“A orientação nutricional adequada, juntamente com a redução do consumo de álcool e a cessação do tabagismo, são medidas altamente benéficas na prevenção das DCNTs. Essas ações desempenham um papel fundamental na redução das complicações associadas”, alerta.

Consumo de álcool

Em todo o mundo, cerca de 3 milhões de mortes são causadas pelo consumo nocivo de álcool a cada ano. E, nessa questão, os homens têm indicadores preocupantes:  10,2% afirmaram conduzir veículos motorizados após o consumo de bebidas alcoólicas, uma proporção notadamente maior que as mulheres, com 2,2%. Cidades como Palmas (24,5%), Teresina (23,2%) e Boa Vista (20%) registram os números mais altos entre a população masculina.

Em relação ao uso abusivo dessas substâncias (ingestão, em uma mesma ocasião, de quatro ou mais doses para mulheres; ou cinco ou mais doses para homens) nos 30 dias anteriores à pesquisa, a população geral registrou 20,8%, com maior incidência entre pessoas do sexo masculino (27,3%) em todas as faixas etárias.

Tabagismo

O uso de tabaco é, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), líder mundial nas causas de mortes evitáveis. O hábito de fumar ou o tabagismo passivo podem desencadear problemas crônicos como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares.

Segundo os dados da Vigitel 2023, a frequência de fumantes pelo Brasil é de 9,3%, sendo maior no sexo masculino (11,7%) do que no feminino (7,2%), com índice particularmente alto nos homens com até oito anos de estudo (14,6%). Em relação aos trabalhadores que convivem com o tabagismo passivo no ambiente de trabalho, os homens registram mais que o dobro da porcentagem (10, 2%) em comparação com as mulheres (4,3%).

Alimentação inadequada

Para a prevenção de doenças crônicas e uma alimentação adequada e saudável, o Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda o consumo de alimentos variados in natura ou minimamente processados e preparações culinárias, além de evitar ultraprocessados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão de, pelo menos, 400 gramas diárias de frutas e hortaliças e, em relação a esse fator de proteção, as mulheres estão na frente (23,2%) se comparadas aos homens (19,3%).  O consumo de ultraprocessados também foi mais elevado na população masculina, com um índice de 22,0%, contra 14,1% entre as mulheres.

Sobrepeso e obesidade

Outro ponto de atenção para a prevenção das DCNTs é o sobrepeso. Pessoas com sobrepeso têm maior predisposição a desenvolver doenças como diabetes e hipertensão que, com o tempo, podem resultar em casos de insuficiência cardíaca. A maior parte dos entrevistados (61,4%) afirmou ter excesso de peso. Entre os homens, o índice foi de 63,4% contra 59,6% de mulheres.

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