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Saúde

Paciente relata ‘graxa no pulmão’ por uso de cigarro eletrônico

Farmacêutico Arnaldo Machado, de 47 anos, passou mais de 40 dias na UTI e teve pulmão em 'colapso'.

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(Foto: Reprodução)

Após uso excessivo de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, o farmacêutico Arnaldo Machado, 47 anos, teve  complicações graves e passou um mês e meio na UTI entre a vida e a morte. Puxar o ar pelo nariz, mas não conseguir respirar. Sensação de “quase morte”. Cansaço para fazer as atividades mais simples do dia a dia. Esse foi o relato do paciente.

Embora a comercialização no Brasil seja proibida, esses dispositivos podem ser encontrados em qualquer esquina – e o consumo, especialmente entre os jovens, só tem aumentado, com sérias consequências para a saúde.

“Eu tive um colapso, meu pulmão parou e aí eu passei a jornada mais cruel da minha vida por conta de um aparelho que hoje eu vejo milhares de pessoas fazendo o uso. Esse aparelho mata, esse aparelho tira vida, não deveria nem estar sendo discutida a possibilidade de ele ser legalizado”, afirma o farmacêutico Arnaldo Machado.

Em meio a esse cenário, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúne na sexta-feira (1°) para discutir uma proposta de consulta pública para revisar a norma vigente, que atualmente regulamenta a proibição. Em paralelo, começou a tramitar no Senado Federal um projeto de lei que, se aprovado, autorizará a venda no país.

Arnaldo Machado tinha uma rotina saudável e se surpreendeu com a rapidez com que ficou doente por causa do cigarro eletrônico.

“Fumar cigarro eletrônico custou sete meses da minha vida. Hoje, digo que o cigarro eletrônico é uma máquina de matar e vai, além disso, colocar nosso sistema de saúde sob pressão se continuar” [nesse ritmo].

Ele conta que nunca tinha fumado cigarro comum antes de ter acesso ao cigarro eletrônico. Arnaldo usava o dispositivo de uma empresa norte-americana em formato de pen-drive que havia ganhado de presente. A essência de menta o levou a pensar que não seria prejudicial.

“Tinha um sabor de menta gostoso, suave, que até parecia inofensivo. Não tinha nada a ver com cigarro comum. Passei a usá-lo socialmente. Depois, dava umas duas tragadas por dia. Fiz isso por nove meses até ver a minha vida mudar completamente”, relembra.

Em uma certa manhã, ele decidiu dar uma tragada, sentiu dor no peito e desistiu. No fim do dia, tentou de novo e, na sequência, teve febre e buscou o médico.

Ele precisou ser intubado às pressas e, depois, fazer uma traqueostomia, enquanto os médicos corriam contra o tempo para entender o que acontecia com ele.

Covid, tuberculose, pneumonia – tudo foi investigado até saberem que ele estava usando cigarro eletrônico e o diagnosticarem com evali (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico).

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