Terapia do Esquema se torna alternativa para transtornos e relacionamentos

Os relacionamentos interpessoais podem ser muitas das vezes complexos, influenciados por experiências passadas e padrões emocionais. A terapia dos esquemas é uma abordagem psicoterapêutica inovadora que tem se destacado como uma ferramenta eficaz para desvendar as dinâmicas ocultas que moldam nossas escolhas nos relacionamentos. Através da identificação e exploração dos esquemas emocionais profundos, essa terapia oferece insights valiosos sobre crenças limitantes e comportamentos recorrentes, que buscam capacitar os indivíduos a desenvolverem relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios. 

Como funciona a terapia dos esquemas? Como a terapia dos esquemas pode fornecer uma visão mais profunda e esclarecedora sobre as nossas interações afetivas? Segundo o psicólogo Odamir Meira Jr, a terapia do esquema é um tipo de terapia cognitiva que combina, entre outras coisas, elementos da teoria cognitivo-comportamental, teoria do apego, terapia Gestalt, teoria das relações objetais, e cujo principal objetivo é mudar os esquemas desadaptativos que tratam os transtornos de personalidade.

“Nesta terapia, você trabalha com um terapeuta para identificar, entender e mudar os esquemas, também conhecidos como esquemas iniciais desadaptativos. O termo ‘esquema’ refere-se a um padrão de sentimento, percepção e comportamento que uma pessoa desenvolve quando suas necessidades emocionais não são atendidas. Os esquemas geralmente são formados na infância e se cristalizam com a idade, tornando-se estruturas rígidas que resistem à mudança. O termo “desadaptativo” significa que esses sistemas não se adaptam adequadamente às situações e causam danos. Se esses planos não forem atendidos, a longo prazo podem levar a pessoa a lidar com situações apresentando comportamentos problemáticos que prejudicam muito seu relacionamento”, explica.

Odamir, que é autor do livro “As Nossas Escolhas”, da Editora Leader, diz que a terapia do esquema foi originalmente destinada a pacientes que eram menos responsivos à terapia convencional e onde a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental tinham menos resultados expressivos. Além disso, é considerado eficaz para muitas condições crônicas, como transtornos de personalidade como borderline. Mas também se destina a várias outras situações.

“Os transtornos de personalidade são muito comuns em ambientes clínicos. A terapia do esquema é uma das terapias inovadoras de terceira onda desenvolvidas especificamente para o tratamento de transtornos de personalidade e outras manifestações clínicas complexas e crônicas. Além disso, tem se mostrado um tratamento eficaz e de baixo custo para esses pacientes. Este tipo de tratamento é indicado para uma variedade de transtornos, incluindo transtorno de personalidade limítrofe, transtornos de personalidade narcisista e antissocial e depressão crônica, ansiedade e dificuldades de relacionamento”.

Odamir conclui dizendo que a terapia do esquema (TE) é uma abordagem psicoterapêutica que faz parte da terapia cognitivo-comportamental e inclui componentes emocionais, cognitivos e comportamentais.

“A Terapia do Esquema entende que temos necessidades emocionais básicas que precisam ser atendidas o mínimo possível no processo de desenvolvimento emocional. Quando isso acontece demais, ou de forma insatisfatória, podemos desenvolver planos iniciais mal adaptativos que começam na infância e continuam por toda a vida. As crenças determinam como pensamos, sentimos, agimos e influenciamos nossos relacionamentos, como nos vemos e como lidamos com os desafios da vida. A Terapia do Esquema tenta entender como as pessoas funcionam na vida cotidiana. Para tanto, além de compreender a base biológica, o terapeuta do esquema também avalia a história, o ambiente em que a pessoa se desenvolveu e a qualidade das relações familiares e interpessoais. A Terapia do Esquema é uma abordagem empática e respeitosa que visa promover a autoconsciência e mitigar respostas”, finaliza.