Acusados pela morte de policial civil na Praça da Bandeira são submetidos à júri popular - Super Rádio Tupi
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Acusados pela morte de policial civil na Praça da Bandeira são submetidos à júri popular

Para o MPRJ, autoria dos crimes é considerada incontroversa, pois todos confessaram a participação nos crimes, apresentando uma falsa tese de legítima defesa

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Renato Couto
Acusados pela morte de policial civil na Praça da Bandeira são submetidos à júri popular (Foto: Reprodução)

O Ministério Público do Rio requereu nesta terça-feira (28), a pronúncia de quatro homens, entre os quais mais dois sargentos e um cabo do 1º Distrito Naval, acusados de homicídio quadruplamente qualificado do policial civil Renato Couto.

De acordo com a decisão, a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho solicitou que eles sejam julgados no tribunal do júri e continuem presos preventivamente. Para ela, a autoria dos crimes é considerada incontroversa, pois todos confessaram a participação nos crimes, apresentando uma falsa tese de legítima defesa.

Segundo a manifestação, a promotora pontua que a versão dos réus não pode ser acolhida porque, ao imobilizarem Renato, qualquer agressão já seria cessada. De acordo com as investigações da 18ª DP (Praça da Bandeira), a vítima teria sofrido um mata-leão, atingida por tiros e colocada em um carro em maio de 2022. No veículo, ele levou mais um disparo na barriga e jogado no Rio Guandu, na Baixada Fluminense.

“(…) além de terem imobilizado a vítima, ainda a agrediram, efetuaram três disparos de arma de fogo, a colocaram dentro de uma van, levando-a até o Arco Metropolitano para atirá-la de cima de uma ponte no Rio Guandu, sabidamente caudaloso. Portanto, não resta dúvida que os réus agiram, exclusivamente, com a intenção de matar, não apenas se defenderem”, escreveu Carmen Eliza Bastos de Carvalho.

A promotora pontuou ainda sobre a necessidade da “manutenção da prisão preventiva dos acusados para que fosse garantida a ordem pública, em face da gravidade em concreto de suas condutas e das circunstâncias dos delitos”.

“É de pronta intelecção que a perpetração de crime de homicídio contra policial denota personalidade inteiramente avessa aos preceitos ético-jurídicos que presidem a convivência social. Ademais, restou demonstrado nos autos que três dos acusados são militares e se utilizaram desta condição para cometer os crimes e destruir provas, valendo-se, inclusive, de recursos militares para o cometimento dos crimes”.

O inquérito da Polícia Civil aponta que, semana antes de ocorrer o crime, Renato Couto conseguiu recuperar partes de objetos que foram furtados de sua obra localizada em um ferro-velho próximo ao Morro da Mangueira, na Zona Norte do Rio. Logo após, ele encontro uma esquadria de alumínio e outras peças da obra na loja de Lourival Ferreira de Lima, pai do militar Bruno Santos de Lima, na mesma região.

Em seguida, após uma discussão, o empresário prometeu que devolveria o valor do restante dos produtos receptados e ligou para o seu filho, supervisor do Setor de Transportes do 1º Distrito Naval. Ao chegar ao local, Bruno teria dado um mata-leão e feito diversos disparos contra o policial civil e o colocou dentro de um carro. Ele estava acompanhado dos militares Manoel Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta.

Após serem acionados por populares, policiais militares do 6º BPM (Tijuca) compareceram à 18ª DP (Praça da Bandeira) para registrar a ocorrência de um homem baleado e colocado em uma van, na Avenida Radial Oeste.

Ainda segundo as investigações, o carro descaracterizado, com os três militares e Renato, seguiu para a Baixada Fluminense, pelo Arco Metropolitano. No veículo, o policial civil foi baleado na barriga. Após atirarem o seu corpo no Rio Guandu, eles pararam em um lava-jato, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e limparam o carro com cloro.

Encaminhados para a delegacia, Bruno Santos de Lima, Lourival Ferreira de Lima, Manoel Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta foram reconhecidos por testemunhas, confessaram o crime, e foram presos em flagrante por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.