
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio (ALERJ) aprovou o Projeto de Lei 2905/20, de autoria da deputada Mônica Francisco (Psol), que determina o tombamento por interesse histórico e cultural da área do Terreiro de Joãozinho da Goméia, no município de Duque de Caxias.
A proposta foi criada no período em que havia um movimento pela conservação do terreno, considerado sagrado pelos praticantes de religiões de matriz africana, já que a Prefeitura havia decidido descaracterizar o local para fazer uma construção.
Segundo Mônica Francisco, vice-presidente da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional, é perfeitamente possível aliar o desenvolvimento com o patrimônio histórico-cultural das cidades.
A parlamentar reforçou que, quando se trata de espaços que fazem referência às religiões de matriz africana, em regiões em que são frequentes os ataques racistas a estes marcos, o cuidado deve ser ampliado.
“É preciso que todos compreendam que preservar a história é fundamental para o enriquecimento cultural, a valorização e o reconhecimento das práticas do Candomblé. Além disso, demarca as lutas e a resistência da população negra. O Terreiro de Joãozinho da Gomeia deve ser reconhecido como espaço de memória afetiva, de afirmação identitária e de disseminação da cultura afro-brasileira”, declarou.
O projeto foi construído em diálogo com os descendentes espirituais de Joãozinho, que se organizam na Comissão da Goméia, com o Ministério Público Federal e conta com a coautoria dos deputados Luiz Paulo Corrêa da Rocha (Cidadania) e Waldeck Carneiro (PT).
Joãozinho da Goméia.
Quem foi Joãozinho da Goméia?
João Alves Torres Filho, o Joãozinho da Goméia, nasceu em Inhambupe-Ba, foi para Salvador ainda criança, onde começou sua trajetória religiosa. Devido aos movimentos tradicionais das mães de santo da Bahia, mudou-se para a Baixada Fluminense, estabeleceu seu terreiro em Duque de Caxias, na década de 60, onde alcançou fama.
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