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Câmara do Rio institui 24 de junho como Dia do Jongo

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou o Projeto de Lei 5.146, que institui o dia 24 de junho como o Dia Municipal do Jongo, ritmo de origem africana, considerado o pai do samba carioca.

Para a vereadora Monica Cunha (Psol), autora da proposta, a instituição da data significa valorizar a cultura negra. “A gente não pode deixar que o racismo invisibilize e não mostre o que a população negra fez e faz de bom para esta cidade”.

A data escolhida marca o aniversário de vovó Maria Joana, jongueira tradicional do Morro da Serrinha e uma das fundadoras da escola de samba Império Serrano. “Ela começou a implementar o jongo dentro da Serrinha e as pessoas de 30, 40, 50 anos já levaram para a juventude e, hoje, as crianças da Serrinha, com 3 e 4 anos, também fazem roda de jongo. Por isso, não tem como o projeto não levar o nome dessa referência”.

A forma de expressão do jongo é reconhecia como patrimônio cultural do Brasil.

Rio de Janeiro (RJ) – Vereadora Monica Cunha (ao centro) e representantes do jongo – Foto: Caio Oliveira/Agência Brasil

A vereadora pretende organizar, em 2024, a primeira festa para comemorar o Dia Municipal do Jongo, com uma roda de jongo na Serrinha, homenageando vovó Maria Joana, que foi mãe de santo, rezadeira e líder comunitária. Graças à sua atuação e de sua família, o jongo transformou-se em patrimônio imaterial do país. Os encontros que realizava garantiram a preservação e reinvenção da tradição africana, permitindo que a Serrinha fosse uma das últimas comunidades urbanas do Rio de Janeiro a preservar o jongo e a fortalecer os laços identitários entre seus praticantes. Daí o local ter sido escolhido para sediar a festa.

Para elaborar o projeto, a vereadora se reuniu com diversos grupos culturais que lutam para preservar a cultura afro-brasileira, como o Jongo da Serrinha e o Caxambu do Salgueiro, que mantêm ativa essa expressão cultural como forma de resistência e reinvenção da cultura afro.

Jongo

Também chamado caxambu, o jongo é um ritmo que tem suas origens na região do Congo-Angola. Ele chegou ao Brasil no período colonial com os negros de origem bantu, trazidos para o trabalho escravo nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo. Os donos das isoladas fazendas de café permitiam que a população negra dançasse o jongo nos dias dos santos católicos, sendo essa festa um dos poucos momentos permitidos de troca e confraternização entre os escravos.

Como só os mais velhos podiam entrar nas rodas e pelo fato de se restringir aos ambientes familiares, o jongo acabou sendo pouco divulgado e levado a um processo de quase extinção, ao contrário do samba, que se espalhou nacionalmente. Após o fim da escravidão, os ex-escravos e seus descendentes que trabalhavam na região do Vale do Rio Paraíba, e não tiveram direito à terra, migraram para a cidade do Rio de Janeiro, então capital do país, em busca de melhores oportunidades. 

Com isso, o Rio se tornou a região do Brasil com maior concentração de jongueiros, que continuaram a dançar em novos redutos, como os morros de São Carlos, Salgueiro, Mangueira e Serrinha. O ritmo tornou-se o mais tocado no alto das primeiras favelas por aqueles que seriam os fundadores das escolas de samba, antes mesmo da popularização desse gênero musical.

Com informações da Agência Brasil

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