Rio
Celsinho da Vila Vintém tem prisão preventiva decretada e se torna réu por tráfico de drogas
A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foi aceita pela 2ª Vara Criminal Regional de Jacarepaguá
Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, virou réu pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, e teve prisão preventiva decretada, nesta sexta-feira (6). A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foi aceita pela 2ª Vara Criminal Regional de Jacarepaguá.
A prisão de Celsinho ocorreu no mês passado durante uma operação conjunta do MPRJ com a Polícia Civil, através da 32ª DP (Taquara), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte).
Também foram denunciados na mesma ação o miliciano André Costa Barros, o Boto, que já está preso, e Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, que segue foragido.

Qual era o plano de Celsinho com o CV e milicianos?
De acordo com a denúncia, Celsinho, fundador e um dos chefes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), teria restabelecido vínculos com o Comando Vermelho com o objetivo de retomar comunidades anteriormente dominadas pelo tráfico, mas que haviam sido tomadas por milicianos. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), ele teria “comprado” o controle da Vila Sapê, em Curicica, por meio de um acordo direto com um grupo paramilitar.
Essa aliança fazia parte de um pacto entre facções e milicianos, incluindo integrantes da própria ADA, com o propósito de reconquistar territórios perdidos, principalmente na região de Santa Cruz.
No dia 10 de março, Celsinho teria ordenado a ocupação da Comunidade Dois Irmãos, também localizada em Curicica. Já no dia 17, traficantes ligados ao grupo teriam reforçado a invasão da Gardênia Azul.
Essas ações teriam sido articuladas após uma reunião por videoconferência com Edgar Alves, ocorrida antes mesmo da formalização do pacto com a milícia, que teria sido intermediado por André Costa Barros.
Quem é Celsinho da Vila Vintém
Uma das principais lideranças do crime organizado no Rio de Janeiro, Celsinho foi preso pela primeira vez em 1990. Em 1996, voltou a ser detido, mas protagonizou uma fuga cinematográfica em 1998, ao sair de um hospital disfarçado de policial militar. Recapturado em 2002 após uma rebelião no Complexo de Bangu, sobreviveu a uma chacina que eliminou líderes rivais.
Condenado por tráfico de drogas, roubo e formação de quadrilha, Celsinho acumulou penas que somam mais de 30 anos. Em 2022, foi solto por decisão judicial, após a Justiça considerar frágeis as provas que o ligavam à invasão da Rocinha em 2017.