Rio
“Centenas de vidas salvas”: polícia detalha tentativa de massacre em show da Lady Gaga
O atentado tinha como alvo o público LGBTQIA+; os criminosos ainda planejavam matar uma criança como parte de um ritual
A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou detalhes, neste domingo (4), sobre a “Operação Fake Monsters” que frustrou um atentado contra o público LGBTQIA+ durante o show da cantora Lady Gaga, na noite deste sábado (3). Segundo a corporação, o crime poderia causar a morte de centenas de pessoas, incluindo uma criança, que seria parte do ritual planejado pelos criminosos.
Artefatos explosivos e coquetéis molotov
Segundo o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, durante uma coletiva da corporação, a investigação teve início na terça-feira (29), após a inteligência da corporação identificar um plano de ataque com artefatos explosivos caseiros e coquetéis molotov.
“Eles iam infiltrar pessoas lá… o coquetel molotov você bota ali alguma substância com pavio, acende e joga. Aquilo pode causar um estrago”, explicou o delegado.
A Polícia afirma que os materiais seriam montados no mesmo dia, usando gasolina comprada em um posto e garrafas de vidro.
Grupo desafiava adolescentes no Discord
Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que os criminosos lançavam desafios a adolescentes dentro da plataforma Discord para estimular ações violentas. Nove pessoas foram identificadas, em quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em 15 endereços e prendeu os dois principais líderes do grupo: um adolescente no Rio de Janeiro e outro suspeito em Macaé. Entre os nove identificados estão adultos e adolescentes.
Na ação, foram apreendidos celulares, computadores, três armas de fogo e outros materiais eletrônicos.
A operação foi conjunta, com a participação de Policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da 19ª DP (Tijuca), e do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Cerca de 2,1 milhões de pessoas estiveram presentes no evento. A operação foi mantida em sigilo até a manhã deste sábado para evitar pânico e não interferir na produção do show.