Rio
Chefão do tráfico, Celsinho da Vila Vintém é preso em operação contra avanço de facção
Celsinho da Vila Vintém foi preso em ofensiva que mira retomada de territórios sob domínio da milícia
Uma das principais lideranças do crime organizado no Rio de Janeiro foi capturada nesta quinta-feira (8) durante uma operação policial que mira o avanço territorial do Comando Vermelho na Zona Oeste da cidade. Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, foi preso por agentes da 32ª DP (Taquara), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte).
A prisão ocorreu dentro da comunidade da Vila Vintém, em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio. De acordo com a polícia, Celsinho articulava alianças com outras lideranças do tráfico para disputar o controle de territórios atualmente dominados por grupos milicianos, sobretudo na região de Santa Cruz.
Por que a operação mira o CV na Zona Oeste?
A ação faz parte da “Operação Contenção”, uma ofensiva estratégica desenvolvida pelas autoridades para conter o avanço do Comando Vermelho em áreas dominadas por milicianos. Segundo os investigadores, o grupo criminoso tenta retomar comunidades-chave para expandir sua influência e atividades ilegais, o que poderia intensificar os confrontos armados na região.
Além da captura de Celsinho, a operação visa desarticular a estrutura logística, financeira e operacional da facção. Já foram solicitados bloqueios que somam mais de R$ 6 bilhões em bens relacionados ao grupo criminoso.
Quem é Celsinho da Vila Vintém
Figura conhecida no submundo do crime, Celsinho foi preso pela primeira vez em 1990. Em 1996, voltou a ser detido, mas protagonizou uma fuga cinematográfica em 1998, ao sair de um hospital disfarçado de policial militar. Recapturado em 2002 após uma rebelião no Complexo de Bangu, sobreviveu a uma chacina que eliminou líderes rivais.
Condenado por tráfico de drogas, roubo e formação de quadrilha, Celsinho acumulou penas que somam mais de 30 anos. Em 2022, foi solto por decisão judicial, após a Justiça considerar frágeis as provas que o ligavam à invasão da Rocinha em 2017.