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Governador do Rio busca cooperação da ONU contra tráfico de armas
Encontro abordou criação de protocolos e medidas para frear a entrada de fuzis e muniçõesO governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, se reuniu nesta segunda-feira (12) com representantes do Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA), em Nova Iorque, para discutir estratégias de combate ao tráfico de armas. A proposta inclui encontros bilaterais, conferências em fóruns do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) e a criação de protocolos para frear a entrada de armamentos ilegais no estado.
Principais desafios no combate ao tráfico
De acordo com Castro, 90% dos fuzis apreendidos no estado em 2024 são oriundos dos Estados Unidos, entrando no país principalmente pelas fronteiras com o Paraguai, Colômbia e Chile. O governador destacou a necessidade de diálogo com fabricantes internacionais para bloquear a venda de peças e munições para países onde não há controle rigoroso, além de pedir sanções mais duras para reincidentes, já que o sistema penal brasileiro ainda se baseia em legislações dos anos 1940.
Para reforçar o controle nas fronteiras, o estado implementou o projeto Guardião de Divisas, que utiliza portais eletrônicos com câmeras inteligentes e scanners para monitorar as entradas do Rio. Apenas nos três primeiros meses deste ano, 1.490 armas foram apreendidas, incluindo 230 fuzis. Desde 2021, as forças de segurança retiraram 2.364 fuzis das mãos de criminosos.
Papel dos EUA na reunião
Além da ONU, o encontro incluiu a entrega de um dossiê de inteligência ao conselheiro do Departamento de Estado Americano, Ricardo Pita, e a membros do Consulado Americano. O documento, preparado pelos secretários de Segurança Pública, Victor dos Santos, e Polícia Civil, Felipe Curi, detalha as conexões internacionais das facções Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo relações com o Hezbollah e a máfia italiana.