Rio
Comissão de Transportes mira cooperativas de seguro veicular após denúncias
Audiência pública pode ser convocada após suspeitas de irregularidades e prejuízo a motoristasO presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Dionísio Lins (Progressistas), está cobrando explicações da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), da FENACOR (Federação Nacional dos Corretores de Seguros) e da Federação Nacional de Seguros Gerais sobre o funcionamento de cooperativas e associações que oferecem seguros veiculares.
O parlamentar alega que tem recebido diversas denúncias de motoristas insatisfeitos com o serviço prestado por essas entidades.
Segundo o deputado, essas associações vendem uma falsa sensação de segurança, alegando coberturas em caso de sinistros que muitas vezes não se concretizam. O parlamentar afirma que essas organizações atuam sem as garantias exigidas pelas seguradoras tradicionais, deixando os motoristas desprotegidos.
Investigações sobre cooperativas
Dionísio citou uma recente operação da Polícia Civil que desvendou práticas ilegais envolvendo cooperativas e empresas recuperadoras de veículos. As investigações apontam que essas empresas negociavam diretamente com traficantes e receptadores para devolver veículos roubados, evitando assim o pagamento de indenizações com base na tabela Fipe. Em 11 meses, quatro dessas empresas movimentaram cerca de R$ 11 milhões, com mais de 1,6 mil veículos recuperados.
“É um verdadeiro absurdo”, declarou o deputado. “Essas empresas estão vendendo ilusão. Os motoristas pagam mensalidades acreditando estar protegidos, mas, na hora do sinistro, são deixados na mão.”
O que a Comissão de Transportes pretende?
Dionísio Lins está solicitando dados formais das entidades reguladoras para identificar quantas cooperativas e associações estão autorizadas a operar no setor de seguros veiculares. Caso as respostas não sejam claras ou satisfatórias, ele pretende convocar uma audiência pública com representantes da SUSEP, FENACOR, cooperativas e consumidores prejudicados para esclarecer a situação.
A proposta é fortalecer a fiscalização sobre esse tipo de serviço e garantir mais transparência e segurança jurídica aos motoristas, que muitas vezes desconhecem os riscos envolvidos ao optar por essas associações em vez de seguradoras convencionais.