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Brasil

Cresce o número de mulheres à frente de negócios no Rio de Janeiro

Gerenciando empresas e com histórias de altos e baixos, elas estão na gestão

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Foto Destaque: Divulgação

Uma pesquisa do início deste semestre realizada pelo Sabrae apontou que o Brasil está dentro do top 10 dos países com mulheres à frente de negócios, sendo o estado do Rio de Janeiro com 53% das novas empresárias, um aumento em comparação ao mesmo período entre os anos de 2019 até 2022, fazendo com que estado da Guanabara seja líder neste levantamento. Para traçar um pouco desse perfil, e trazer um recorte deste cenário na capital, duas histórias de grandes superações dentro do segmento alimentício, faz entender a grande atuação das mulheres.

Tentando entender essa nova representação e o combustor dessas empresas, conversamos e conhecemos duas histórias de empresas com suas gestões sendo comandadas pelo sexo feminino, uma já consolidada e a outra em processo de fortificação no mercado. Maristela Teixeira de Carvalho, 58 anos, proprietária de um restaurante no bairro da Barra da Tijuca, zona oeste, tem uma case de empreender ainda no início dos anos 2000 e passou por grandes aprendizados desde o seu primeiro negócio e hoje é responsável por uma excelência no Estela Gourmet. Entenda!

Como começou a trabalhar com o comércio?

“Bem no início dos anos 2000 eu e o meu falecido marido abrimos um Hortifruti num bairro vizinho aqui da Barra. Nunca tínhamos empreendido e tido os nossos negócios, no início tivemos alguns anos bons e de vida boa, mas por não termos grandes noções de como lidar com negócios acabamos falindo, mesmo chegando até na época além do Hortifruti e uma filial, um açougue.”

Porque decidiu ter o seu negócio próprio?

“Na época, o, então, meu marido havia sido mandado embora do trabalho. Fui mãe cedo e por muitos anos tive de interromper os meus estudos para cuidar dos dois filhos. Quando ele foi demitido resolvermos ter mais tempo para nós, voltei a estudar e me formei em professora e com o dinheiro da demissão decidimos abrir os negócios”.

Como chegou ao ramo de restaurantes?

“Como eu disse, no nosso primeiro negócio tivemos bons anos de lucros, mas acabos nos perdendo por ser a primeira vez e falimos. Ao falir, passei de “patroa” para empregada, fui ser funcionária (gerente) de uma empresa de restaurantes aqui na Barra, dentro do condomínio Rio 2. Trabalhava de terça e domingo das 18h às 22h, com folga todas as segundas-feiras.”

A partir desse momento despertou a vontade em voltar a empreender?

“Sim! Fiquei em experiência por três meses e logo após já estava gerenciando o restaurante dentro do condomínio. Fui aprendendo toda a logística e como funcionava um estabelecimento deste tipo. O desgaste entre o trabalho e a minha casa eram grandes e o horário puxando, após um ano como gerente a síndica de um outro condomínio dentro do Rio 2 me chamou para abrir um restaurante no Verona, aceitei o desafio. Na época, abri a loja com apenas R$: 7.000,00 e deu certo, quando, eram necessários ter em torno de uns R$: 30.000,00”.

Como foi este processo?

“Cozinhar sempre esteve no meu DNA familiar. Com a experiência que peguei quando fui gerente, somei tudo e abri as portas com um atendimento rápido, saboroso e com pratos bem servidos e variados, isso, aos poucos acabou tomando conhecimento de todos os moradores ao entorno, e o meu restaurante já estava atentendo não só o condomínio que eu estava, mas, sim todos os outros do complexo Rio 2”.

Houve expansão do negócio?

“Com certeza! Cheguei a ter quatro restaurantes dentro do Rio 2 por muitos anos, mas a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, um desafio muito grande para todos nós empresários de grande e médio porte. Quando se tem apenas uma unidade comercial é fácil lidar com essa situação, mas quando se passa para várias, uma hora a conta não fecha e o serviço pode chegar a cair e isso aconteceu comigo, me vi perdida e tendo de repensar, novamente, em como seguir. Fechei todas as lojas, remodelei o meu negócio, fui estudar no Sabrae cursos de administração, empresas, gestão e afins, para entender como seguir e mudar muitas coisas no meu jeito, além de ter êxito”.

Conseguiu?

“Após todos esses aprendizados, recomecei mais uma vez e repensei muito. Abri dois restaurantes, desta vez em condomínios diferentes e ambos ao entorno do parque Olímpico. Um moldei e deixei pronto para o meu filho mais velho tocar, o outro (o primeiro nesta nossa fase) passei a tocar, apenas este, e com uma única unidade consegui consolidar o serviço corretamente e sem os erros do passado. Ter estudado sobre como empreender me deu um norte e agora estou há 10 anos empresariando só este estabelecimento com um sucesso de paladar que percorre todo o entorno, aqui, desde o delivery até as mesas por aqui atendidas.

Um marco?

“Posso afirmar ter sido o período da pandemia do novo Coronavírus nos anos de 2020 e 2021. Tive de romper o contrato com todos os meus funcionários e eles entraram no programa do governo, sendo que não poderia ficar parada e fazer giro de caixa. Abri o restaurante só em delivery e sozinha, eu fazia os atendimentos pelo telefone e aplicativo, cozinhava, embalava, fazia pagamento e mandava à entrega, foi o maior desafio e marco na minha fortificação de gestora”.

Pode-se dizer que, você é uma precursora no empreendedorismo feminino. O que tem a dizer para mulheres que estão começando a empreender agora?

“Acreditar nos sonhos delas e tirarem as suas maiores forças de dentro de si, para irem atrás dos seus sonhos, nada é impossível! Hoje, com a minha vida estabilizada irei começar a minha graduação de Psicologia, um sonho”.

Já Mônica Pinheiro, 50 anos, responsável por uma cozinha no formato só de entrega nos bairro de Santa Cruz, zona oeste, começou a empreender há exatos dois anos atrás e está no caminho do crescimento:

Decidiu fazer o seu negócio como?

Eu era professora e ganhava entorno de R$: 4.000,00 mês, estava cansada de enriquecer os meus patrões e queria ter o meu negócio. Peguei algumas economias guardadas e decidi me desafiar em uma área diferente e abri o meu restaurante, apenas, delivery, o Recanto da comida caseira.

Como está sendo?

“Como não tinha muita experiência, resolvi ficar só apenas com entregas e isso deu e tem dado muito certo, não pretendo mudar para o sistema presencial, pois, não quero errar. Nesses dois anos, cheguei à notas boas no APP de entrega e estou conseguindo me manter só do meu negócio, sem precisar dar aulas.”

Pretende expandir e como se projeta daqui ha cinco anos?

“Sim, mas tudo com calma e muito estudo. Não pretendo abrir uma outra unidade, só penso passar a aumentar o meu raio de entrega para os alguns outros bairros como Campo Grande, Sepetiba, Guaratiba e Paciência. Inagino estar com a minha empresa toda correta e referência no sabor e entega de comidas.”

Para Cámilla de Souza, especialista em desenvolvimento humano e mentoração, é de bastante relevância ter mulheres gerindo empresas: “Por muitos anos e através de um estereótipo, as mulheres estavam desigindas aos serviços domésticos, porém, elas têm um poder de condução e raciocínio muito grade, fator essencial para tocar uma empresa. Foi de muita importância termos essa reviravolta no mercado executivo para que, hoje tenhamos esse sucesso de empresas com presidências feminina”, comentou a especialista.

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