Depósito de gás do CV é alvo de operação e centenas de botijões são apreendidos

A Polícia Civil realiza na manhã desta sexta-feira (28) uma ação contra um esquema criminoso que operava a distribuição ilegal de gás no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio. A ofensiva integra a “Operação Contenção” e foi conduzida pela 26ª DP (Todos os Santos), com apoio da 25ª DP (Engenho Novo) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Até o momento, 700 botijões foram apreendidos em um depósito ligado ao Comando Vermelho.

Segundo as investigações, criminosos da facção danificaram deliberadamente a rede de gás encanado na região para impedir o abastecimento regular. O objetivo era obrigar moradores a comprar o insumo de um único estabelecimento controlado pelo grupo, que vendia os botijões por preços muito acima da média. Enquanto o valor habitual era de cerca de R$ 100, moradores chegavam a pagar R$ 300, conforme apurado pelas equipes.

Monopólio ilegal de gás

De acordo com a Polícia Civil, o depósito operava como único ponto autorizado informalmente pelos traficantes para fazer entregas na região. Distribuidoras de gás relataram que não conseguiam entrar na comunidade por medo de represálias, e uma concessionária confirmou que seus técnicos foram ameaçados ao tentar restabelecer o fornecimento de gás encanado.

As investigações apontaram que o estabelecimento tinha exclusividade imposta pela facção e realizava pagamentos às lideranças criminosas. Com isso, o comércio se consolidou como um braço econômico do Comando Vermelho, contribuindo para financiar atividades ilícitas de forma permanente.

O esquema do gás é descrito pelos investigadores como apenas uma das frentes de arrecadação mantidas pelo Comando Vermelho na região. A facção também utiliza o território para esconder e clonar veículos roubados, para transbordo de cargas subtraídas e para a venda de drogas, além de cobranças ilegais impostas aos moradores.

Operação Contenção

A ação desta sexta-feira faz parte da “Operação Contenção”, estratégia do Governo do Estado para enfraquecer a estrutura financeira, logística e operacional da facção no Rio. Desde o início da ofensiva, mais de 250 suspeitos foram capturados, 136 morreram em confrontos e cerca de 460 armas foram apreendidas, incluindo 189 fuzis, além de mais de 50 mil munições.

As equipes seguem coletando provas para aprofundar a investigação.