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Deputado vai pedir apoio ao ministro de Minas e Energia para programa nuclear brasileiro

Acordo bilionário com a França deve ser assinado em março no Rio de Janeiro

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Foto Destaque: Divulgação

O ano de 2023 foi marcado pelo grande destaque nos leilões de transmissão de energia, que foram os maiores já realizados no país. Mas para o presidente da Frente Parlamentar de Energia Nuclear, deputado Júlio Lopes (PP), é uma pena que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ainda não tenha demonstrado nenhum apoio ao programa nuclear brasileiro e nem definido uma diretriz, uma coordenação para a área nuclear para 2024.

Júlio disse ainda que o empréstimo de 3 bilhões de euros, que já foi discutido no encontro que teve recentemente com o embaixador francês Emmanuel Lenain, deve ser assinado em março durante a visita do presidente francês Emmanuel Macron ao Rio de Janeiro.

Esse acordo com os franceses seria de fundamental importância para o país, pois iria ampliar o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) responsável pelo desenvolvimento de submarinos de propulsão nuclear da Marinha; além de outras áreas como na agricultura, medicina nuclear e no intercâmbio científico.

Para se ter uma ideia, nos últimos três anos os franceses contrataram 2.200 engenheiros nucleares, enquanto no ano passado aqui no Brasil, foram abertos apenas 200 postos na área, sendo que a maioria na empresa Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S/A (Amazul), empresa pública criada pelo governo federal para desenvolver novas tecnologias ao Programa Nuclear Brasileiro e ao setor nuclear da marinha.

“O crédito está atrelado a condição da garantia da exploração de urânio no país com a participação da empresa francesa Orano”, explicou.

Júlio lembrou que a assinatura deste acordo irá destravar as obras das usinas de Angra dos Reis, principalmente para a modernização de Angra I e a continuidade de Angra III, que já estão paralisadas há mais de dez anos.

Ele disse ainda que essa paralisação tem um custo de cerca de R$ 15 bilhões para manutenção para que não haja vazamento de material radioativo; e que para concluir as obras seriam necessários R$ 20 bilhões. Brasil domina tecnologia para enriquecimento de urânio O plano nuclear brasileiro possui 20 pontos que podem ser considerados de enorme importância para o programa nuclear brasileiro.

Dentre eles, a criação de um programa de fomento a formação de profissionais; criação de uma política nacional de comunicação da área nuclear; a unificação da base de dados; uma política nacional de construção de reatores nucleares de pequeno porte (SMRs); descarbonização e transição de energia, além da realização de um novo mapeamento das jazidas de urânio no Brasil.

Para se ter uma ideia das oportunidades extraordinárias oferecidas para esse setor, para que as usinas de Angra I e Angra II sejam abastecidas, o país comprou nos últimos dez anos mais de um milhão de quilos de urânio enriquecido, mesmo o Brasil dominando toda a tecnologia de enriquecimento de urânio em todas as suas etapas, e estando entre os 10 países do mundo capazes de fazer isso.

“Temos a quinta maior reserva mundial de urânio, o que nos permite já com as reservas reconhecidas e testadas, ter um programa de securitização com base na exportação da ordem de aproximadamente de $7 bilhões de dólares em 10 anos, o que nos garante o financiamento do programa nuclear brasileiro inteiro somente com base na securitização de exportações. A mina de Santa Quitéria, no Ceará, por exemplo, irá produzir a partir de 2026 cerca de 2,3 toneladas de urânio, o que irá gerar aproximadamente USS 400 milhões de dólares anuais em royalties”, destacou Júlio Lopes.

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