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Estudantes têm perdido o sono com as dívidas do FIES

As dívidas estudantis ultrapassam a casa dos R$70 mil, fazendo com que muitos estudantes se desesperem

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Desde a sua criação, o FIES ajudou milhares de alunos a realizarem o sonho de entrarem em uma universidade e se formarem no curso que sempre desejaram. Porém, recentemente, veio à tona um problema que está afetando muita gente.

Esse problema é a cobrança da dívida do FIES dos estudantes que já concluíram o ensino superior e agora estão sendo notificados da dívida gigantesca em seu nome.

Assim, os estudantes têm perdido o sono com as dívidas do FIES e buscam a todo o custo o seu adimplemento. A seguir, falaremos um pouco mais sobre esse programa e como ele afeta diretamente a vida das pessoas.

O que é o FIES?

O FIES (Financiamento Estudantil) é um programa criado pelo Governo Federal com o intuito de financiar o curso superior de pessoas de baixa renda.

Em outras palavras, trata-se de uma alternativa para alunos que não possuem condições financeiras de pagar um curso superior em uma universidade particular.

Sendo assim, esses alunos podem contar com o programa de financiamento estudantil FIES. Contudo, ao final do curso, os alunos têm apenas dois anos para quitar o débito adquirido.

Dessa forma, após a sua formatura, os alunos precisam encontrar uma forma de fazer a quitação do financiamento estudantil. É justamente por isso que muitos deles têm perdido o sono.

Dívidas do financiamento 

Como dito anteriormente, após a conclusão do curso superior, os alunos têm apenas 24 meses para iniciar o pagamento do financiamento.

Porém, o que ocorre é que nem sempre é possível encontrar um emprego estável nesse prazo tão pequeno. Isso faz com que as parcelas do FIES comecem a atrasar e uma dívida surja como uma bola de neve.

Um exemplo desse endividamento é Evenise Castro, auxiliar administrativa na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Evenise cursou oito períodos do curso de Direito em uma faculdade privada da sua cidade.

Porém, pouco antes da conclusão do curso, ela enfrentou alguns problemas na renovação da matrícula e do contrato do FIES. 

Isso fez com que o seu contrato fosse cancelado. Mesmo tentando de todas as formas, não conseguiu pagar a mensalidade cujo valor ultrapassa R$500.

Para sua surpresa, ela foi notificada da existência de uma dívida em seu nome em relação ao contrato do FIES que chegava a um montante de R$67 mil. Recebendo apenas um salário mínimo, Evenise está desesperada e não sabe como pagar.

Assim como ela, milhares de outros estudantes que entraram no ensino superior em busca de melhores condições de vida estão endividados. 

De acordo com dados publicados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, mais de um milhão de contratos estão com parcelas atrasadas. O valor em real ultrapassa R$500 milhões.

Principais causas de inadimplência 

Como foi possível perceber ao longo do texto, existem diversos fatores que podem contribuir para a inadimplência por parte dos alunos. Abaixo, reunimos os principais:

Desemprego

Um dos principais motivos, se não, o principal, que faz com que as pessoas deixem de pagar o FIES é o desemprego. Após a conclusão do curso, o estudante pode não encontrar uma oportunidade de emprego que permita o pagamento do financiamento. 

No nosso país, existe um grave problema de falta de oportunidades de emprego para pessoas formadas. Por isso, muitos alunos que saem da universidade enfrentam diversos tipos de dificuldades em encontrar um bom emprego.

É extremamente comum se formar em uma determinada área e, por falta de oportunidades, ter que trabalhar em outra totalmente alheia para se manter. Isso faz com que muitas pessoas acabem se desviando do seu objetivo.

Salário baixo

Mesmo que o estudante esteja empregado, pode ser que seu salário não seja suficiente para arcar com as parcelas do FIES. Isso pode acontecer caso o estudante tenha escolhido um curso com baixo retorno financeiro no mercado de trabalho. 

Nesse sentido, além de enfrentar dificuldades na hora de encontrar um bom emprego, quando encontram, o salário geralmente é muito abaixo do que ele esperava.

Isso acontece principalmente pela falta de incentivo por parte do governo em relação às empresas. É importante considerar que são elas as responsáveis por ofertar empregos aos recém-formados.

Sendo assim, quando não existem incentivos a essas empresas, elas não crescem e em consequência, não contratam novos funcionários.

Problemas de saúde

Um problema de saúde pode afetar a capacidade do estudante de pagar o FIES. Caso o estudante tenha alguma doença que o impeça de trabalhar, por exemplo, ele pode não ter como arcar com as parcelas do financiamento. 

Isso acaba criando uma bola de neve e atrasando diversas parcelas. Logo, surge a impossibilidade de quitação do débito.

Nesse caso, é interessante que, se possível, os estudantes separem parte da sua renda para ser destinada a uma poupança voltada a cuidar de possíveis problemas de saúde que podem surgir ao longo da sua vida.

Com essa pequena reserva, você se previne e pode antecipar os problemas financeiros que porventura enfrente.

Falta de informação

Em alguns casos, os estudantes podem não ter recebido informações adequadas sobre o FIES antes de contratá-lo. Isso pode levar a problemas futuros, como a falta de compreensão das regras e condições do financiamento. 

Além disso, essa falta de informação acaba fazendo com que muitos alunos não conheçam as taxas de juros e outros pontos importantes sobre o seu contrato. Assim, as chances de sofrer as consequências aumentam significativamente.

Logo, na hora de assinar o contrato, é importante que o estudante leia atentamente cada uma das cláusulas e tire todas as dúvidas necessárias com a pessoa responsável.

Fazendo isso, você evita sofrer penalidades e outros tipos de problemas que podem surgir a partir do desconhecimento das cláusulas contratuais.

Inadimplência

A falta de organização financeira pode levar à inadimplência, ou seja, ao atraso no pagamento das parcelas do FIES. 

Caso o estudante não consiga pagar uma parcela, os juros e multas podem tornar o financiamento ainda mais difícil de ser quitado. 

Portanto, uma dica de extrema importância é organizar as suas finanças e sempre deixar separado o valor referente a parcela do FIES. Uma boa dica é deixar o valor reservado na Caixa Tem até chegar o dia do pagamento.

O que pode acontecer com os estudantes inadimplentes?

As consequências do não pagamento do programa de financiamento podem trazer inúmeras consequências para os estudantes.

Em primeiro lugar, ele pode ter o seu nome inscrito nos serviços de proteção ao crédito, como é o caso do SPC e Serasa. Isso afeta diretamente a sua relação de consumo na hora de comprar algum produto.

Em outras palavras, os estudantes que tiveram os nomes inscritos nos serviços de proteção ao crédito não conseguem obter nenhum tipo de empréstimo ou financiamento.

Portanto, se você quiser comprar um carro ou simplesmente fazer outro curso através de FIES, nada disso será possível. Sendo assim, é de suma importância buscar o adimplemento da dívida do financiamento.

Para isso, se liga nas dicas que deixamos logo abaixo!

Solução encontrada pelo Governo

Uma alternativa encontrada para solucionar o problema do inadimplemento por parte dos estudantes foi o abatimento da dívida do Fundo de Financiamento Estudantil. 

Portanto, se você é aluno e está endividado, saiba que não precisa mais tomar melatonina suplemento para recuperar o sono.

O ex-presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei 14.375/2022. Essa lei previu o abatimento de até 99% da dívida que o estudante possui em relação ao seu financiamento.

Dessa forma, os alunos que estão com débitos vencidos e atrasados há mais de três meses contados a partir da data da publicação da lei terão um desconto de 12% se pagarem à vista ou parcelarem o débito em até 150 parcelas. 

Além disso, as multas e os juros serão perdoados.

Por outro lado, se o aluno estiver com o débito atrasado há mais de um ano, ele pode obter o desconto de até 77% no montante devido.

De início, a proposta era oferecer descontos de até 92% para as pessoas que estão inscritas no CadÚnico e outros programas sociais criados pelo Governo Federal. Porém, o Senado elevou o valor do abatimento da dívida, que passou a ser de até 99%.

Os estudantes que quiserem aderir ao programa de renegociação da dívida do FIES precisam buscar os canais de atendimento disponibilizados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. 

Além disso, é importante deixar claro que os interessados devem estar em conformidade com as regras definidas pela lei.

Considerações finais

Não há dúvidas de que os FIES ajudou milhares de pessoas a se formarem no Ensino Superior e mudarem de vida. Porém, é importante ficar atento para evitar sofrer as consequências do inadimplemento do contrato.

Nesse contexto, muitos estudantes se viram endividados com valores altíssimos tendo que recorrer a renegociação da dívida. 

Portanto, atente-se ao seu contrato e organize as suas finanças para que não sofra com o mesmo problema que milhares de estudantes estão sofrendo.

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