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Bienal do Livro

‘Eu acompanhei de perto’, diz Leo Dias sobre carreira de Anitta

Jornalista esteve na Bienal e conversou com Ruy Castro sobre biografias

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(Esq. à dir.) Tande, Léo Dias, Ruy Castro, Patricia Andrade e Bruno Levinson

Uma das últimas atrações deste domingo na XIX Bienal Internacional do Livro Rio, foi uma conversa na Arena #SemFiltro com o jornalista Leo Dias, o biógrafo Ruy Castro, a roteirista Patrícia Andrade e o ex-jogador de voleibol Tande. O tema do bate-papo foi a atividade de contar a história de outra pessoa, o papel da biografia. Dias que, recentemente, lançou um livro sobre a cantora Anitta, contou que ter sido um espectador da carreira da artista foi um fator crucial na hora de tocar o projeto.

“Eu escolhi um personagem vivo porque acompanhei de perto esse movimento de antes do sucesso chegar à vida dela até o estouro nacional. A dúvida que eu tinha era qual ponto final dar, já que a personagem estava em ascensão e no topo da carreira dela. Então, defini um  ponto que seria o divisor de água: a turnê na Europa”, disse o jornalista.

De acordo com ele, o livro marca também o começo de muitas pessoas com o hábito da leitura: “o leitor da Anitta é diferente de todos os outros, ele não está nem acostumado a ler um livro. Ouvi muito ‘esse foi o primeiro livro que li na vida'”. Ele ainda contou que houve conversas com a atriz Luana Piovani sobre uma possível biografia, porém, o projeto não teve desenvolvimento.

(Esq. à dir.) Leo Dias e Ruy Castro

“A Luana queria, mas a editora não quis porque não a considerou uma personagem interessante. Eu acho que falta uma história profissional maior, mais contundente. Até então, a trajetória dela é muito marcada pela vida pessoal… Eu falei com a Deborah Secco e ela pediu uns 20 anos, porque disse que ia causar muitos problemas”, revelou Léo.

Sobre o futuro como biógrafo, ele falou que mais dois personagens estão na lista para terem as história contadas: o cantor Belo e a apresentadora Patrícia Abravanel, filha do também apresentador e empresário Silvio Santos.

“Começa quando a polícia chega à casa dele (Belo) e ele está escondido atrás da parede, até o momento em que sai da cadeia, muito mais famoso do que entrou, apesar de não ter lançado música nenhuma. O outro (projeto) é sobre o sequestro da Patrícia Abravanel (em 2001), que foi um crime de muitos altos e baixos e com muitas versões”, revelou Leo Dias

Também presente, Ruy Castro, diferentemente do biógrafo da Anitta, disse que os personagens sobre quais escreve precisam ter uma característica em comum: não estar vivo. E, durante a carreira, Castro narrou sobre a trajetória de nomes como o dramaturgo Nelson Rodrigues, o jogador Garrincha e a cantora Carmen Miranda.

“A vida é marcada por dois pontos de vistas: o pessoal e o profissional. A pessoa nasce aqui e morre ali. Tudo que acontece entre de um fato ao outro é de responsabilidade do biógrafo ter que levantar. A pessoa tem que estar, de preferência, morta. A vantagem de biografar gente morta é que a história dela já acabou, ele não vai se ressuscitar e te desmoralizar como autor”, disse o biógrafo.

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