Brasil
Flávio Bolsonaro defende PL da dosimetria e cobra cirurgia preventiva do pai
Após visita na PF, senador afirma que projeto pode beneficiar condenados do 8 de janeiro
Após visitar o pai, Jair Bolsonaro, na sede da Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (16), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o ex-presidente acompanha com expectativa a tramitação do Projeto de Lei da Dosimetria. A proposta é defendida por aliados como uma alternativa diante da resistência do Congresso à anistia ampla aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Segundo o senador, Bolsonaro orientou as lideranças do PL a aceitarem a proposta, desde que ela resulte em benefícios de caráter humanitário para os condenados. Flávio afirmou que o ex-presidente considera prioritária a possibilidade de reduzir penas ou permitir que réus cumpram medidas fora do sistema prisional.
Em entrevista coletiva, Flávio disse que relatou ao pai a repercussão do projeto e que Bolsonaro demonstrou concordância com a estratégia. De acordo com o senador, o ex-presidente afirmou que se sentiria menos abalado caso pessoas condenadas pudessem retornar ao convívio familiar, mesmo que em regime de semiliberdade.
O que prevê o debate sobre a dosimetria das penas?
O parlamentar afirmou que a dosimetria surgiu como alternativa política diante da dificuldade de avançar com a anistia no Congresso. Segundo ele, houve pressão significativa sobre deputados e senadores, o que levou à busca por uma solução intermediária.
Flávio reconheceu críticas ao texto aprovado na Câmara, especialmente o risco de que mudanças na dosimetria beneficiem condenados por crimes graves sem relação com os atos de 8 de janeiro. Ele afirmou que o Senado discute ajustes para corrigir esse problema e evitar o que chamou de efeitos colaterais indesejados.
Segundo o senador, o tema será tratado com o líder do PL no Senado, Rogério Marinho. A expectativa, de acordo com Flávio, é de que o projeto possa ser aprovado ainda neste ano, mesmo que precise retornar à Câmara para nova análise.
Senador cobra cirurgia preventiva de Bolsonaro

Além da pauta legislativa, Flávio Bolsonaro abordou a situação de saúde do pai. Ele afirmou que Jair Bolsonaro foi diagnosticado com hérnias nas duas pernas e que médicos recomendaram a realização de cirurgia preventiva para evitar complicações mais graves.
Segundo o senador, a exigência de uma perícia judicial retardou o procedimento e resultou na identificação de uma segunda hérnia. Ele alertou para o risco de agravamento do quadro clínico caso não haja intervenção médica no curto prazo.
Flávio pediu bom senso ao relator do processo e criticou o que classificou como desconsideração das recomendações médicas. Segundo ele, há risco de que o ex-presidente precise passar por uma cirurgia mais invasiva caso ocorra estrangulamento do intestino.
Questionado sobre o estado emocional de Jair Bolsonaro, o senador afirmou que o pai estava bem-humorado, disposto e demonstrava tranquilidade durante a visita. Flávio disse ainda que não tratou com o ex-presidente sobre a retirada de uma sanção internacional envolvendo o ministro Alexandre de Moraes.
Flávio comenta cenário político e eleição de 2026
Recém-anunciado como pré-candidato à Presidência da República pelo PL, Flávio Bolsonaro comentou as resistências do Centrão ao seu nome para a disputa de 2026. Ele afirmou que pretende trabalhar para reverter esse cenário.
O senador declarou que só abriria mão de uma eventual candidatura em favor do próprio pai. Segundo ele, a única hipótese seria Jair Bolsonaro disputar a eleição, desde que esteja livre e apto a concorrer.