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Brasil

Frente Parlamentar quer incluir energia nuclear no programa de transição energética como fonte limpa para cumprir metas climáticas

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Promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), o Nuclear Summit 24 reuniu no Rio de Janeiro representantes da Indústria nuclear do Brasil e de países do exterior, e teve como foco principal o desenvolvimento do segmento nuclear no Brasil e as oportunidades oferecidas. De acordo com o presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares, deputado Júlio Lopes (PP), o país erra em não incluir a energia nuclear como fonte de energia limpa no projeto de lei que está tramitando no Congresso, considerando essa posição muito grave.

“É preciso que o Senado Federal veja a energia nuclear como limpa, já que o setor no país está desequilibrado e completamente desestruturado, o que traz enorme preocupação para o futuro. O Brasil possui Angra I e Angra II, que juntas têm a capacidade de gerar quase 2 gigawatts (GW); além de Angra III que depois de pronta terá a potência de 1.405 gigawatts, mas ainda não tem data para entrar em operação. Isso sem falar que a Eletronuclear, controladora das usinas, quer aumentar a vida útil de Angra I que completa 40 anos agora, por mais 20 anos”, disse.

O parlamentar explicou ainda que independente da grande oferta de energia renovável existente no país, é necessário que haja uma energia térmica que garanta a segurança na base do sistema elétrico, e a energia nuclear por ser estável e limpa, diferente das energias renováveis como eólica, hidrelétricas e solar, pode ser a solução. Júlio destacou também a necessidade de ampliar as atividades da Indústria Nuclear Brasileira (INB) através de um alinhamento estratégico no fortalecimento da política nuclear no país, para que seja reconhecida internacionalmente como fornecedora no mercado internacional de urânio.

“É da máxima urgência o uso da energia nuclear na produção de alimentos, na medicina e no enriquecimento do urânio para o funcionamento de pequenos reatores nucleares, já que estamos entre os dez países com capacidade de enriquecer o urânio em 20% e possuímos a quinta maior reserva do mundo desse mineral, não havendo nenhuma restrição para sua exploração. Para se ter uma ideia das oportunidades extraordinárias oferecidas para esse setor, para que as usinas de Angra I e Angra II fossem abastecidas, o país comprou nos últimos dez anos mais de um milhão de quilos de urânio. Em recente conversa com o presidente do Banco Central, mostrei que somente com as reservas de urânio que já temos conhecimento e que foram testadas, poderíamos ter um programa de securitização com base na exportação de cerca de aproximadamente US$ 7 bilhões em 10 anos. Vale lembrar que a mina de Santa Quitéria, no Ceará, por exemplo, vai produzir a partir de 2026 cerca de 2,3 toneladas de urânio, o que irá gerar aproximadamente US$ 400 milhões anuais em royalties”, explicou.

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