Galípolo critica uso do IOF como ferramenta fiscal e destaca recuo de Haddad - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco
x

Rio

Galípolo critica uso do IOF como ferramenta fiscal e destaca recuo de Haddad

Presidente do BC reafirma oposição à medida e destaca atuação ágil do Ministério da Fazenda

Publicado

em

Compartilhe
google-news-logo
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (23), durante participação por videoconferência no Seminário de Política Monetária da Fundação Getulio Vargas (FGV), que sempre foi contrário ao uso do IOF como instrumento fiscal, mas elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela decisão rápida de rever o decreto que previa o aumento da alíquota.

Inicialmente, Galípolo participaria do evento presencialmente, mas teve de permanecer em Brasília por conta de compromissos institucionais. Durante sua fala, o presidente do BC foi questionado sobre a medida do governo e deixou clara sua posição crítica à proposta, apontando os riscos de utilizar o Imposto sobre Operações Financeiras como mecanismo de ajuste fiscal.

Galípolo se opõe ao uso do IOF para atingir metas fiscais?

“O objetivo fiscal estava claro. Era evidente que o uso do IOF visava a meta de superávit”, afirmou Galípolo, acrescentando que sua “antipatia” à ideia vem do receio de desorganizar as expectativas do mercado. Ele ressaltou que, apesar da tentativa de equilibrar as contas públicas, medidas como essa podem gerar instabilidade e desconfiança.

“Acho que o ponto principal é isso: ressaltar que está claro para todo o mercado que a intenção era fiscal. E a agilidade com que o Ministério da Fazenda atuou foi fundamental para evitar maiores problemas”, completou, destacando a postura rápida de Haddad ao recuar da medida.

Papel do Banco Central nesse tipo de decisão?

Galípolo reforçou que o Banco Central não toma decisões com base em previsões políticas, mas sim a partir de como o mercado se comporta diante de determinadas ações. “Não se pode tomar remédio antes de ficar doente”, disse, em tom metafórico, referindo-se à necessidade de prudência na política monetária e no uso de instrumentos que afetam a economia real.

Ele também aproveitou a oportunidade para elogiar a gestão anterior da autarquia, destacando a “administração competente” de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central.

A fala de Galípolo reforça a independência do Banco Central e a preocupação com a credibilidade institucional diante de medidas que possam ser mal interpretadas ou gerar impactos negativos no sistema financeiro.