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Influenciadora famosa foi incendiada por ex-marido durante transmissão ao vivo
O pai da influenciadora a socorreu ao hospital, mas ela teve 90% do corpo queimado; a vítima lutou por duas semanas na UTI, mas não resistiu
A influenciadora chinesa Lhamo, conhecida por vídeos sobre vida rural e culinária, morreu após ser incendiada pelo ex-marido durante uma transmissão ao vivo. O caso, ocorrido na província de Sichuan, no sudoeste da China, chocou o país e reacendeu o debate sobre a violência doméstica. O crime aconteceu em setembro de 2020, mas voltou a repercutir após completar 5 anos da tragédia.
Segundo o portal The China Project, Lhamo fazia uma live para mais de 400 seguidores no Douyin, versão chinesa do TikTok, quando Tang Lu invadiu a cozinha de seu pai e jogou gasolina sobre ela, ateando fogo em seguida. A tela escureceu, e aquela foi a última vez que seus fãs a viram com vida.
O pai da influenciadora a socorreu imediatamente ao hospital, mas ela teve 90% do corpo queimado. Sua irmã, Dolma, relatou ao The New York Times que Lhamo lutou por duas semanas na UTI antes de morrer. “Ela parecia um pedaço de carvão. Ele queimou quase toda a pele dela”, disse.

Quem era Lhamo e o que motivou o crime?
Lhamo, de 30 anos, vivia no condado de Jinchuan, em Sichuan, com os dois filhos do casal. Ela havia se divorciado de Tang Lu duas vezes, a segunda após ser coagida a se casar novamente sob ameaças contra as crianças. O ex-marido tinha histórico de agressões, que incluíam hematomas e um cotovelo deslocado.
Mesmo após denunciar as agressões à polícia, a influenciadora ouviu que o caso “era um assunto familiar”, segundo o relato de familiares. A irmã Dolma também havia tentado registrar queixa após um episódio em que Tang a feriu no olho esquerdo, mas ele foi liberado após breve interrogatório.
Condenação e impacto na China
Tang Lu foi preso e considerado culpado de homicídio. Conforme informou a emissora estatal CCTV, o tribunal classificou o crime como “extremamente cruel” e determinou a pena de morte. O recurso apresentado pela defesa foi negado, e a execução ocorreu no verão de 2022.
A morte de Lhamo impulsionou campanhas por mudanças na legislação chinesa sobre violência doméstica. A hashtag #LhamoAct ganhou força nas redes sociais, com ativistas pedindo o direito ao divórcio automático para vítimas e aplicação mais rigorosa das leis existentes.
Dolma lamentou que as autoridades não tenham agido antes. “É tarde demais para falar sobre isso agora. Se tivessem levado a sério na época, não estaríamos nessa situação”, declarou.


