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Capital Fluminense

Jovem de 16 anos é baleado dentro de casa e morre na Penha

Thiago Santos da Conceição chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu. Polícia Civil irá investigar as circunstâncias da morte

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Thiago Santos da Conceição
Thiago Santos da Conceição chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu. Polícia Civil irá investigar as circunstâncias da morte (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Thiago Santos da Conceição

Thiago Santos da Conceição chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu. Polícia Civil irá investigar as circunstâncias da morte
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Um adolescente de 16 anos morreu após ser baleado no Morro da Fé, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira (18). Thiago Santos da Conceição estava dentro de casa, tomando café, quando foi atingido por um tiro na cabeça. O jovem chegou a ser socorrido por vizinhos e parentes, que o levaram para o Hospital Getúlio Vargas, também na Penha, mas ele não resistiu.

A morte de Thiago aconteceu enquanto era realizada uma mega operação da Polícia Civil, batizada como “Coalizão pelo Bem”, no Complexo da Penha. Porém, de acordo com o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional do Rio, não havia nenhum policial próximo do local em que ficava localizada a casa do jovem.

“O que eu posso afirmar, com absoluta convicção, é que no local onde ele (Thiago) foi baleado, me parece que foi dentro de uma residência, não havia nenhum policial, seja da Polícia Civil ou da Polícia Militar, naquela localidade. Os policiais, na verdade, perceberam um tumulto à distância, quando foram nesse local para tentar identificar o que estava acontecendo, obtiveram a informação de que um adolescente havia sido baleado e socorrido por meio próprios. Foi a própria comunidade que teria levado ele para o hospital”, afirmou Rodrigo Oliveira, durante coletiva de imprensa realizada no começo da tarde na Cidade Da Polícia em Benfica, na Zona Norte da cidade.

Ainda segundo o subsecretário, a corporação irá apurar as circunstâncias da morte. “Isso será objeto de uma investigação para gente tentar chegar a autoria. Não tenho como avaliar porque não tenho todas as informações disponíveis ainda. A única certeza que eu posso dar localidade não havia nenhum policial presente”, assegurou Oliveira.

Protesto, revolta e dor

Protestos pela morte de adolescente na Penha

(Foto: Cyro Neves/Super Rádio Tupi)

Após a confirmação da morte, familiares e amigos de Thiago da Conceição interditaram a Avenida Braz de Pina, no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio. De acordo com moradores da comunidade do Morro da Fé, local onde Thiago foi baleado, o tiro que matou o rapaz saiu da arma de um dos policiais envolvidos na operação.

Uma prima de Thiago, identificada apenas como Jaciane, em entrevista para reportagem da Super Rádio Tupi, afirmou que o jovem foi morto por um disparo efetuado por um atirador de elite, no momento em que o menino apareceu na janela de casa para observar o local em que era realizada a operação das forças de segurança do estado.

“Quem atirou nele? Foi o sniper. Minha janela é no segundo andar. Quando eles apareceram aqui, todos se assustaram falando que foi o sniper que atirou e que ele estava toda hora aparecendo na janela. Ou seja, atiraram sem saber se ele era bandido, sem saber quem ele era. Simplesmente atiraram na cabeça dele”, disse Jaciane.

A reportagem da Super Rádio Tupi também acompanhou o momento exato em que a mãe de Thiago recebeu a notícia do falecimento. Sem conseguir suportar a dor, ela chegou a precisar de atendimento médico. Veja no vídeo abaixo:

‘Coalizão pelo Bem’

Coletiva de imprensa sobre a operação "Coalizão pelo Bem"

(Foto: Diogo Sampaio/Super Rádio Tupi)

A mega operação da Polícia Civil com apoio da Polícia Militar no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, reuniu cerca de 600 agentes das duas corporações (200 da Civil e 400 da Militar). A ação tinha como objetivo localizar criminosos de outros estados que estavam escondidos na Vila Cruzeiro, acusados de movimentar mais de R$ 127 milhões para fortalecer uma facção criminosa no Amazonas e comprar armas e drogas.

“Há cerca de seis meses começou a nos chamar a atenção o fato de detectarmos pessoas de outros estados no Rio de Janeiro. Mais recentemente, fruto de investigações de roubos a joalherias na Zona Sul com criminosos do Pará. Disseram que os traficantes que deram as ordens para os ataques no Amazonas estariam no Rio de Janeiro”, relatou o delegado Rodrigo Oliveira em coletiva.

Apreensão de drogas, armas e granada na operação "Coalizão pelo Bem"

(Foto: Diogo Sampaio/Super Rádio Tupi)

Ao todo, somente na capital fluminense, oito pessoas teriam sido presas. A mega operação também contou com desdobramentos em outros estados, terminado com mais 5 presos na cidade de Manaus e 2 em São Paulo.

Entre os presos no Rio, quatro eram do Pará e três do Amazonas. O principal deles trata-se Marcelo da Silva Nunes, conhecido como Jogador. Ele é apontado como um dos chefes do tráfico no Amazonas de uma das maiores facções do país, além de ser cunhado de Gerson Carnaúba, líder da organização, que foi preso anteriormente.

“O trabalho de inteligência indicou que as ordens dos ataques partiram de pessoas que estavam em favelas aqui do Rio de Janeiro. Independente da fronteira que de encontre, nós vamos atrás e vamos prender todos”, disse a delegada-geral do Amazonas, Emília Ferraz. “Foi preso o maior comandante que atua no estado do Amazonas, e com ele toda uma rede de lavagem de dinheiro e movimentação financeira. Prendemos todos os mandantes desses ataques (em Manaus)”, complementou mais adiante.

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