Justiça decreta prisão de mulher que mantinha idosa em condições de escravidão

A Justiça do Rio decretou a prisão preventiva acusada de manter uma idosa de 74 anos, em cárcere privada, na Zona Oeste do Rio.

No início da noite de quarta-feira, a juíza Rachel Assad da Cunha, da 14ª Vara Criminal do TJ indeferiu um pedido de liberdade provisória para Therezinha da Silva Moraes, de 82 anos, que foi presa em flagrante na terça-feira (13).

Ela é acusada de manter a senhora Maria das Graças de Sousa Rodrigues, de 74 anos, em cárcere privado e em situação similar à escravidão.

Os advogados de Therezinha teriam afirmado que a idosa tinha direito a prisão domiciliar por possuir mais de 80 anos e por alegar possuir alguns problemas de saúde, como artrite.

No entanto, durante a audiência de custódia, a questão clínica não foi comprovada pela defesa da acusada. A magistrada responsável pela decisão destacou ainda que a ré apresentava boa aparência, não manifestou em nenhum momento preocupação com sua vítima.

Maria das Graças ficava no quintal de uma casa no bairro de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio junto a vários cães, sem comida e em péssimas condições de higiene.

A idosa foi encontrada por policiais da 43° DP (Guaratiba) vestindo trapos e junto a fezes de animais que conviviam com a mesma no quintal da residência.

Os agentes descobriram que ela havia deixado sua casa no Maranhão em 1969 e, somente agora, teria sido encontrada pela sobrinha.

Os policiais também estão apurando se a dona do imóvel onde a idosa se encontrava se apropriava da pensão de aposentadoria da vítima. Questionada sobre sua pensão, a Maria das Graças sequer sabia que recebia tal benefício.