Patrulhando a Cidade
Justiça determina que helicópteros utilizados em operação que matou adolescente João Pedro não participem de novas ações

(Foto: Reprodução)
Atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro, a Justiça Federal determinou a custódia e a preservação em isolamento das aeronaves utilizadas na operação policial que resultou na morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, em São Gonçalo, no dia 18 de maio.
O objetivo do MPF é a preservação de provas. Segundo a decisão, as aeronaves devem ficar no depósito da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, da Polícia Civil e da Polícia Militar, sem qualquer utilização ou manipulação até que sejam efetuadas as perícias necessárias para a averiguação dos fatos. Como a ação tramita em sigilo, nenhum documento será disponibilizado.
Para o MPF, as inúmeras mortes ocorridas nas incursões policiais em comunidades sugerem que a questão seja pensada, inclusive, à luz do racismo institucional e estrutural.
“Decerto que o crime há de ser enfrentado pelo Estado, mas o preço não pode ser a perda da vida de nenhum ser humano, especialmente de uma criança”, destacou o procurador da República Eduardo Benones, que conduz a investigação.
Nesta sexta-feira (19), a Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro recorreu ao Tribunal Regional Federal (TRF2) para buscar a suspensão da medida liminar e liberar as aeronaves envolvidas na morte de João Pedro.