Justiça determina que SEAP entregue imagens de câmera de segurança após agressão à detenta em Bangu

A Justiça do Rio determinou que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) entregue as imagens das câmeras de segurança do Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, após três agentes do Grupamento de Intervenção Tática (GIT) agredirem uma detenta. O caso ocorreu no dia 2 de fevereiro deste ano.

O caso aconteceu depois de Vanuza Cruz da Silva ser absolvida da acusação de esconder drogas nas partes íntimas. Durante o processo do alvará de soltura, a SEAP recebeu uma nova denúncia contra ela pelo mesmo crime, que foi descartado após revista na 34º DP (Bangu).

Ao voltar para o isolamento, os agentes foram até a cela onde Vanuza estava e a agrediram. O advogado de defesa da detenta, Luiz Mantovani, afirmou que o Instituto tentou esconder o caso. “Jogaram spray de pimenta nas vistas dela e ela se deitou no chão cobrindo o rosto. Eles ordenaram que a Vanuza tirasse a roupa e ela disse que não. Começaram a dar socos nas costas e chutes. No dia 5 de fevereiro, a inspetora de plantão tentou me impedir de conversar com a minha cliente. […] Ela (inspetora) não teve tempo de maquiar a situação e a minha cliente veio com a roupa toda suja de sangue, com a vista muito inchada […]”, contou

O exame de corpo de delito comprovou as agressões. A ANACRIM (Associação Nacional de Advogados Criminalistas) e a Vara de Execuções Penais do MP já protocolaram na SEAP pedidos de esclarecimentos.

De acordo com a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Vanuza Cruz está com muitas dores no ombro esquerdo e  permanece enxergando com uma sombra na retina . O TJRJ autorizou a transferência da vítima para um hospital penitenciário ou da rede pública.

Após a denúncia, o advogado afirmou ter recebido uma carta, assinada por cerca de 70 presas, com relatos sobre maus-tratos dentro do Instituto.