Rio
“O menino tinha pavor dele”, relata delegado sobre o caso do bebê assassinado pelo padrasto
Família reage enquanto suspeito deixa a delegacia sob escolta da Polícia CivilO padrasto acusado pela morte de um bebê de dois anos em Queimados (RJ) foi transferido da 55ª DP nesta semana sob fortes protestos de familiares e amigos da criança. Paulo César Silva Santos deixou a unidade policial escoltado e será apresentado à audiência de custódia, antes de seguir para o sistema prisional.
As investigações da Polícia Civil apontam que o menino era vítima de agressões frequentes.
Bebê demonstrava medo intenso do suspeito, diz delegado
De acordo com o delegado Júlio da Silva Filho, depoimentos indicam que a criança tinha verdadeiro pavor do padrasto: “O menino tinha pavor. A avó relatou em depoimento que ele tremia e ficava inquieto na presença do Paulo”, afirmou o delegado.
Vizinhos também contaram que ouviam gritos do homem e da criança durante os episódios de violência.
Investigação: mãe acreditava que agressões eram ‘correções’
O delegado informou que a mãe do bebê não tinha conhecimento da gravidade das agressões, acreditando se tratar de “correções comuns”. Ela foi alertada por uma vizinha de que o pequeno Henry Gabriel chorava e gritava sempre que estava com o padrasto.
Na segunda-feira, o suspeito disse que levaria o bebê para a casa da avó pela manhã. No entanto, por volta das 12h, Paulo César levou a criança à UPA de Queimados com diversos hematomas, que os médicos classificaram como típicos de agressão. O menino não resistiu aos ferimentos.

Como foi a prisão do padrasto?
Após identificar sinais de violência, a direção da UPA chamou o Conselho Tutelar e a Polícia Militar.
O padrasto foi levado para a delegacia e recebeu voz de prisão em flagrante por homicídio qualificado. Em depoimento, tentou minimizar as agressões:
“Ele confessou que deu umas palmadas e chineladas”, disse o delegado, reforçando que as lesões foram responsáveis pela morte da criança.
A mãe soube da morte por telefone e entrou em choque. Familiares afirmam que ela sempre cuidou bem do filho. A mulher também relatou episódios anteriores de violência cometidos pelo suspeito: “Já me agrediu por besteira, por ciúme”.