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Morre Mãe Carmem, ialorixá do Terreiro do Gantois, aos 98 anos

Líder religiosa foi descrita como uma "guardiã da ancestralidade e herdeira de uma linhagem que pavimentou a história do Candomblé na Bahia e no Brasil"

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Morre Mãe Carmem, ialorixá do Terreiro do Gantois, aos 98 anos - (crédito: Reprodução/Instagram/@terreirodogantois)

A ialorixá Mãe Carmem morreu aos 98 anos na madrugada desta sexta-feira (26/12). A informação foi confirmada pelo Ilé Ìyá Omi À Ìyámase, conhecido popularmente como Terreiro do Gantois e localizado em Salvador (BA). A líder religiosa foi descrita como uma “mulher de axé, guardiã da ancestralidade e herdeira de uma linhagem que pavimentou a história do Candomblé na Bahia e no Brasil”. A causa da morte não foi divulgada.

“Filha direta de Mãe Menininha do Gantois, Mãe Carmen nasceu para o sagrado. Desde muito cedo, foi formada nos fundamentos, nos ritos e nos saberes que sustenta uma nação. Sua infância foi preparação espiritual; sua vida, missão. Nada em seu caminho foi acaso, foi legado, destino, desígnio dos Orixás”, disse o Ilé Ìyá Omi À Ìyámase.

Carmen estava há 23 anos à frente do Gantois. “Seu retorno ao Orun acontece em uma sexta-feira, dia consagrado a Oxalá, Orixá da criação e da serenidade, um símbolo que traduz uma trajetória marcada pela retidão, cuidado e fé. Em Oxalá, o descanso, na ancestralidade, a permanência”, destacou o Terreiro.

Autoridades lamentam morte e lembram legado

A ministra da Cultura Margareth Menezes afirmou que teve o privilégio de conhecer Mãe Carmem como autoridade espiritual, mas também como uma “grande mulher de fé que cultivou amor, acolhimento e a força de quem lidera pelo exemplo”.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania manifestou pesar pela morte da líder religiosa e afirmou que a partida dela representa uma grande perda para o “povo de santo, para a Bahia e para o país”.

“Sua vida permanece como legado de sabedoria, firmeza espiritual e compromisso com a ancestralidade”, citou a pasta. O Ministério também ressaltou que o Terreiro do Gantois integra o conjunto de lugares reconhecidos no âmbito do Projeto de Sinalização de Lugares de Memória da Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão, pelo valor histórico, simbólico e cultural na trajetória da população negra no Brasil.

A Secretaria Estadual de Cultura da Bahia também lamentou a morte da ialorixá. “Mãe Carmen será lembrada sempre pelo seu legado de fé, espiritualidade e luta pelas religiões de matriz africana. É uma liderança religiosa que fortalece a nossa cultura e nossas lutas por igualdade. Tenho certeza de que seu legado será  assegurado por filhas e filhos de santo, que seguirão na manutenção da tradição no Terreiro do Gantois”, comentou o secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro.

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