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Motoristas de app denunciam ‘taxa do tráfico’ para rodar na Ilha do Governador

Motoristas dizem que têm recebido ameaças de homens fortemente armados quando tentam acessar as comunidades da Ilha do Governador

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Motorista de aplicativo
Motorista de aplicativo (Foto: Reprodução)

Motoristas de aplicativo têm feito denúncias sobre criminosos que cobram propina para que os profissionais possam exercer suas atividades em bairros localizados na Ilha do Governador. Eles afirmam que têm recebido ameaças de homens fortemente armados quando tentam acessar as comunidades da região, tanto para embarcar, como para desembarcar passageiros.

A entrada desses motoristas estaria condicionada ao pagamento de taxas cobradas ilegalmente. Com isso, temendo represálias, muitos evitam aceitar corridas para a Ilha do Governador.

Um deles, que, por medida de segurança, prefere não se identificar, afirma que, além de uma taxa de inscrição imposta pelos criminosos, há uma cobrança semanal:

“Você paga R$ 150  e faz uma ‘inscrição’ e depois por semana tem que pagar mais R$ 45. Não vou mais na Ilha, porque não pago essa taxa”, disse o condutor no Jornal da Tupi, apresentado por Sidney Rezende.

Ações recentes da Polícia Civil resultaram na prisão de traficantes e de milicianos envolvidos na extorsão de motoristas, mas os criminosos não se inibem e continuam exigindo o pagamento de taxas e ameaçando as vítimas, que prestam o serviço por aplicativo.

Os motoristas que pagam a propina e são liberados pelos bandidos a circular pelo bairro são geralmente identificados com um selo adesivo colado no carro. Muitos deles, desavisados, por não rodarem habitualmente ou não morarem na Ilha do Governador, são alertados sobre a cobrança pelos próprios passageiros:

“Cheguei lá em cima no (Morro do) Dendê e a passageira perguntou se pago a propina. Ficou apavorada quando eu disse que não. Ela disse ‘moço, aqui tem que pagar’. É um negócio complicadíssimo”, explicou.

Em nota, a Polícia Civil afirma que a delegacia da Ilha do Governador tem investigações em andamento sobre a prática criminosa e realiza diligências para identificar, localizar e responsabilizar criminalmente os envolvidos. No mês passado, segundo a nota, uma ação conjunta entre as polícias Civil e Militar prendeu em flagrante um homem acusado de integrar a narcomilcia que age extorquindo dinheiro de motoristas de aplicativo da região. Já em março deste ano, os agentes prenderam um mototaxista também envolvido no esquema.

Também por meio de nota, a Polícia Militar afirma que a extorsão e exploração de serviços de forma clandestina são condutas praticadas de maneira velada e, por isso, a participação da população por meio de denúncias é determinante no combate ao crime. A PM reforça ainda a importância de acionar o 190 ou o aplicativo RJ 190, bem como registrar os crimes nas delegacias, para que haja uma ação coordenada com a Polícia Civil.

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