Pais recusam cirurgia de filho de 3 anos no Hospital Lourenço Jorge e são agredidos por policial militar

Os pais de uma criança de três anos foram agredidos por um policial militar no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no momento em que um deles estava com o pequeno no colo.

Vídeos mostram a pancadaria que aconteceu na porta da unidade de saúde. Francisco Borges e a esposa, Viviane Magalhães, levaram o menino à unidade após ele se queixar de dores na região do fêmur. O casal registrou a ocorrência nesta quarta-feira (19), após o crime acontecer no dia 8 de abril.

Ao chegar no hospital, o médico da emergência solicitou um exame de Raio-X para verificar se havia alguma fratura. Quando receberam o resultado, Francisco e Viviane teriam tentado entregar o laudo para o profissional, mas ele não estava na sala. Por conta disso, os pais teriam deixado o exame na sala ao lado do consultório, com outros profissionais da unidade de saúde.

Quando o médico voltou e solicitou o exame, os denunciantes informaram que o resultado estava na sala ao lado. Na mesma hora, os profissionais negaram que receberam o laudo, quando uma discussão começou. Após alguns minutos de confusão, o médico então teria decidido fazer uma cirurgia na criança, mesmo sem analisar o Raio-X.

Francisco, assustado com a situação, negou e disse que o médico precisava, ao menos, analisar o laudo para tomar qualquer decisão sobre uma intervenção como essa. O pai decidiu que iria para outro hospital com o filho, diante desta situação. Ao sair da unidade, foi abordado pelo policial Leonardo Pinto de Aguiar.

Segundo a vítima, o agente já teria se aproximado com agressividade e xingamentos. Em poucos minutos, a discussão evoluiu para agressão física e o militar partiu para cima de Francisco quando ele estava com o filho nos braços. Tentando proteger a criança, o pai entregou a criança para a mãe e a pancadaria foi registrada na externa da unidade. Viviane, mãe do menino, também foi agredida pelo policial.

O flagrante, feito por uma testemunha, mostra o momento em que o agente puxa o cabelo dela e a joga no chão. Todos foram conduzidos à delegacia da Barra da Tijuca. Francisco ainda foi algemado na delegacia pelo policial agressor, onde permaneceu por quatro horas. Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria Geral da Corporação instaurou um procedimento apuratório interno sobre o caso.

Em nota, o Hospital Municipal Lourenço Jorge informou que não tem gestão sobre o policial militar, que não atua na unidade e estava de passagem, acompanhando um paciente custodiado.

A direção da unidade repudiou qualquer ato de violência e afirmou estar à disposição da autoridade policia.

Sobre o atendimento à criança, a direção disse que não procede que o Raio-x tenha sido perdido. De acordo com a direção do Hospital, o paciente tinha indicação de internação para cirurgia de redução da fratura de fêmur, diagnóstico não aceito pelos pais, que iniciaram discussão com os profissionais.