Por conta de crise elétrica, eleições municipais em Macapá são suspensas

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou por unanimidade, nesta quinta-feira (12), a decisão do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, de adiar a realização das eleições municipais em Macapá, capital do Amapá. O motivo da suspensão é o apagão que atinge pelo menos 16 cidades amapaenses desde semana passada, após um incêndio atingir dois dos três transformadores que atendem ao estado.

No pedido feito ao ministro Barroso, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá alegou falta de segurança por conta da crise na energia elétrica. Mais cedo, o presidente do TSE ainda informou que as forças locais perderam o controle da situação. Com isso, facções criminosas estariam se aproveitando da situação para intimidar até mesmo representantes políticos.

“Na segunda-feira, eu conversei com o presidente do TRE do Amapá, que me disse que estava tudo sob controle, com a perspectiva de regularização do fornecimento de energia elétrica. Ontem (quarta), porém, ele me ligou com uma narrativa diferente, que a situação estava fugindo de controle, que as facções estavam operando à insatisfação das pessoas, que já tinha havido quebra-quebra, ameaça de cercar o palácio, que a PM não tinha contingente suficiente para conter as manifestações e monitorar as inquietações”,  afirmou Barroso, em declaração dada esta manhã.

O ministro relatou que a Polícia Federal e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, já estão a par da crise e concordaram que seria um risco de “convulsão social” realizar o pleito neste momento. “Eu me convenci que a medida mais prudente seria a suspensão das eleições. Em seguida, conversei com cada um dos colegas. Diante desse relato, a todos pareceu bem a suspensão”, contou.

Até o momento, o TSE ainda não definiu as novas datas para o pleito em Macapá. No entanto, a escolha do novo prefeito e dos novos vereadores devem ocorrer até 27 de dezembro. “Vamos trabalhar nesse sentido. Só não me parece bem fixar datas agora. Pior do que fixar agora é remarcar depois. De modo que prefiro fixar definitivamente quando tivermos uma posição do TRE e das autoridades de segurança pública”, disse o ministro.