Portela é um dos destaques no desfile de nomes e obras que levarão diversidade literária ao estande da Secretaria de Educação na Bienal - Super Rádio Tupi
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Portela é um dos destaques no desfile de nomes e obras que levarão diversidade literária ao estande da Secretaria de Educação na Bienal

Professoras autoras participam neste sábado da programação que inclui rodada de conversas e contação de histórias

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(Foto: Divulgação / Sec. Municipal de Educação)

O estande da Secretaria Municipal de Educação do Rio na Bienal do Livro deste ano destaca mais uma vez a participação de autores, professoras e profissionais negros e negras que vão apresentar ao público suas obras literárias. A programação vai reafirmar o compromisso da Secretaria com a diversidade e a representatividade literária nas salas de aula e também nos livros infanto-juvenis.

Dezenas de profissionais vão compartilhar seus trabalhos enriquecendo o estande da Secretaria na Bienal com a literatura étnica, antirracista e culturalmente referenciada. Com isso, a GERER (Gerência de Relações Étnico-Raciais) segue cumprindo o objetivo de, a cada edição da Bienal, aumentar o número de títulos com propostas de igualdade, diversidade, pertencimento e inclusão.

“Desde 2021, a Secretaria foi uma das pioneiras no Brasil ao instituir a Gerência de Relações Étnico-Raciais, dedicada a implementar políticas e práticas educativas que combatam o racismo e valorizem a história e a cultura afro-brasileira e indígena, formando alunos e professores comprometidos com a igualdade racial”, comemora o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha.

No grande desfile de obras, ensinamentos e conhecimentos antirracistas, destacam-se as professoras de História Karen Garcia Pêgas e Luciana Guimarães. Em comum, elas são autoras de livros sobre a Portela, a escola de samba centenária fundada pelo gênio empreendedor, educador e cultural que foi Paulo da Portela, ao lado de Antônio Caetano e Antônio Rufino. Elas vêem a agremiação como “uma verdadeira organização política e social para além do entretenimento”. 

Karen assina um capítulo da coletânea 100 Anos da Portela, sobre a criação da escola e a influência de Paulo da Portela na formação profissional dos sambistas. “Quando a gente fala de escola de samba em geral, é preciso pensar a escola muito além do samba e do carnaval. A gente está falando de uma instituição comunitária que tem um olhar afro referenciado, que forma pessoas, onde se pensa saúde, educação, assistência social,representatividade negra. Não por acaso, um desfile na avenida é uma aula, mas a escola de samba é mais do que essa aula que vai da concentração à dispersão”, ensina a professora. “Nesse contexto, quando a gente fala da Portela, cabe lembrar que ela já nasce como uma organização política e social maior. Foi esse diferencial que levou outro gênio, o Cartola, a fazer uma declaração histórica: ‘Eu lutei pela Mangueira. O Paulo lutou pelo samba’“, lembra Karen.

Luciana é autora do livro Aduke! E a visita que pintou seu coração de Azul e Branco. Ela concorda que a Portela já nasce como um espaço de valorização da comunidade, da educação e da cultura, com DNA de instituição política e comprometimento social. “No meu livro, a menina Aduke descobre na Portela um mundo de oportunidades e possibilidades: biblioteca, cineclube, feira literária, atividades culturais, ações para a comunidade. Ela percebe que essa organização tem vida depois do desfile, tem vida o ano inteiro, e que pode auxiliar bastante no processo de aprendizagem de conhecimento, de desenvolvimento e de muitas coisas que, em certos aspectos, não se aprende na escola formal”, ensina Luciana.

As professoras Karen e Luciana, e a História da Portela, estarão neste sábado no estande da Secretaria Municipal de Educação do Rio, onde a programação terá oficinas de atividades, rodas de conversa e muita contação de histórias antirracistas, de ancestralidade, identidade, pertencimento e inclusão. Além de lançamentos de outros títulos: Da Minha Cor, sobre uma princesa africana, de autoria de Gisele Andrade. Vovó Amaria, sobre memória e valores afro-brasileiros, de Renata Francis. NIA – A Menina dos Afetos, de Shirlei Machado. Todas as professoras da rede carioca de ensino. E ainda Lute como uma gordinha, de Claudia Reis, Malu Jimenez, Rosane Gomes e Ana Lu Steffen (ilustração).

Com muitos jogos, palestras, brincadeiras, apresentações teatrais e de coral e curiosidades sobre astronomia, a programação geral de eventos do estande inclui participações das escritoras Conceição Evaristo e Roseana Murray, do humorista Hélio de La Peña e do jogador Cafu, pentacampeão mundial de futebol.