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STF restabelece prisão de Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia do Rio
Delegado é acusado de ligação com contraventores do jogo do bicho e havia sido solto em 2022A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o restabelecimento da prisão preventiva do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski. Réu por organização criminosa, o delegado é acusado de atuar em conluio com os contraventores Rogério de Andrade e Fernando Iggnácio, figuras centrais do esquema do jogo do bicho no estado. Turnowski havia sido libertado em 2022 por decisão do ministro Kassio Nunes Marques.
A decisão foi confirmada pelo jornal O Globo. A defesa do delegado afirmou que irá recorrer, apontando supostas omissões no julgamento, como a paralisação do processo por quase um ano e o cumprimento das medidas alternativas à prisão.
Suspeito de ligação com criminosos
Preso inicialmente em setembro de 2022 pelo Gaeco, do Ministério Público do Rio, Turnowski é suspeito de fazer a ponte entre o poder público e grupos criminosos. As investigações mostram que ele teria atuado como agente duplo, favorecendo interesses da contravenção.
A carreira do delegado já havia sido marcada por polêmicas. Ele comandou a Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral, mas deixou o cargo após suspeitas de vazamento de informações da Operação Guilhotina, da Polícia Federal. Embora o caso tenha sido arquivado, Turnowski foi indiciado por violação de sigilo funcional.
A volta de Turnowski ao alto escalão da segurança pública em 2020 teria ocorrido com apoio do delegado Maurício Demétrio, condenado por obstrução de justiça. Segundo o MP, conversas interceptadas indicam que Demétrio articulou a nomeação junto a aliados políticos. Em uma das mensagens, Turnowski diz que ambos eram “um só CPF”.
As apurações também revelaram vínculos indiretos entre Turnowski e Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco. Lessa, que trabalhou como adido da Polícia Civil, trocou mensagens com um inspetor próximo a Turnowski, que mencionava o delegado com familiaridade e oferecia uma “proposta de trabalho”.
A decisão do STF reforça a gravidade das suspeitas envolvendo a cúpula da segurança pública fluminense e reacende discussões sobre a influência de grupos criminosos no setor.