Quem é Belão do Quitungo, líder do CV preso em megaoperação no Alemão e Penha

O traficante Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo, foi preso na manhã desta terça-feira (28) durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. Ele foi localizado em uma casa na Favela da Chatuba, na Penha.

Belão é apontado como chefe do tráfico de drogas na comunidade do Quitungo e uma das principais lideranças do Comando Vermelho, atuando como braço direito de Edgar Alves de Andrade, o Doca, considerado um dos líderes da facção criminosa.

Quem é Belão do Quitungo?

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, o traficante possuía seis mandados de prisão por tráfico de drogas, comercialização de armas e confrontos com facções rivais.

De acordo com as investigações, Belão é um dos chefes do tráfico mais influentes da Zona Norte e teria expandido seu domínio para áreas do Complexo da Penha. Em julho de 2024, ele foi alvo de uma operação da Polícia Civil, acusado de comandar um esquema de extorsão em um prédio residencial no entorno do Quitungo.

Segundo a corporação, o grupo controlava um edifício com 24 apartamentos e obrigava os moradores a pagar aluguéis e taxas de “proteção” impostas pelos traficantes.

Na época, durante uma tentativa da polícia de interceptar um comboio do Comando Vermelho, houve um intenso tiroteio, que permitiu a fuga de Belão.

Um mês depois, Belão foi preso em uma nova operação da Polícia Civil. Na ocasião, também foram capturados Ruan Alexander Ramos Andrade, conhecido como Mais Alto, e Luís Felipe Senna Gonçalves, o Magrão.

Denúncia do Ministério Público

Em abril deste ano, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Belão e outros três comparsas pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e roubo.

Segundo o MPRJ, a vítima foi executada por ordem do chamado “tribunal do crime”, uma estrutura usada por facções criminosas para punir integrantes ou moradores acusados de traição ou dívidas. O crime teria ocorrido em dezembro de 2024, conforme apontam as investigações.

Megaoperação com 100 mandados tem 81 presos e 64 mortos no Alemão e na Penha

O Governo do Estado do Rio de Janeiro iniciou, nesta terça-feira (28), a Operação Contenção, uma ação conjunta das forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. Cerca de 2.500 policiais civis e militares participam da ofensiva, que tem como objetivo cumprir 100 mandados de prisão contra traficantes do Comando Vermelho.

Até o momento, 81 pessoas foram presas. Entre elas está Nikolas Fernandes Soares, o “Harley”, operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca, liderança do Comando Vermelho que está entre os principais alvos da operação. Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, homem forte do tráfico de drogas no Complexo do Alemão também está na mira dos agentes.

Entre o material apreendido pelos agentes estão 75 fuzis, duas pistolas, nove motos, carregadores e grande quantidade de drogas.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que 28 escolas foram impactadas na região do Complexo do Alemão. Já no Complexo da Penha, 17 unidades sofreram impactos da operação.

Devido a alta recorrência de ônibus utilizados como barricadas em diferentes pontos da cidade, o Rio Ônibus informou também que não há mais como apurar todas as ocorrências. A mobilidade urbana está afetada em inúmeros pontos da cidade. As principais regiões afetadas são: Anchieta, Méier, Serra Grajaú Jacarepagua, Av. Brasil, Linha Amarela, Cidade de Deus, Chapadão, Engenho da Rainha, Complexo do Alemão e Penha.

A Mobi-Rio informou que, por motivos de segurança relacionados a ocorrências nas proximidades das comunidades da Penha e do Alemão, alguns serviços do BRT estão temporariamente interrompidos em ambos os sentidos.

Balanço da operação até o momento

• 81 presos
• 60 criminosos mortos em confronto.
• 4 criminosos feridos, levados ao Hospital Getúlio Vargas sob custódia.
• 3 vítimas inocentes baleadas
• 7 policiais feridos (4 civis e 2 militares)
• 4 policiais mortos
• 42 fuzis
• 2 pistolas
• 9 motos
• Carregadores e grande quantidade de drogas