Rio
Quem era o “Professor”, chefe do Comando Vermelho morto com tiro na cabeça
Traficante era uma das lideranças do Comando Vermelho e controlava o tráfico de drogas na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão
O traficante Philip da Silva Gregório, o “Professor”, de 38 anos, foi morto com um tiro na cabeça neste domingo (1º), na Zona Norte do Rio. Ele era uma das lideranças do Comando Vermelho e controlava o tráfico de drogas na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão.
Condenado a 14 anos de prisão, saiu da cadeia em 2018 com o benefício da Visita Periódica ao Lar e nunca mais retornou. Estava foragido desde então, permanecendo nos arredores da região sob seu domínio.
Com 65 anotações criminais, sua ficha extensa começou com a primeira prisão em 2012, quando foi detido em flagrante com comprovantes de depósitos para traficantes da Nova Brasília e registros de movimentações financeiras. Respondeu por lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Movimentação milionária e envolvimento em homicídios
Em 2015, foi novamente preso pela Polícia Federal em um sítio em Seropédica, usado como entreposto de drogas e armas. Na operação, foram apreendidos 100 quilos de cocaína. Interceptações telefônicas revelaram que ele movimentava cerca de R$ 1 milhão em apenas 15 dias.
Em 2021, passou a ser investigado por homicídio após a execução de um homem conhecido como Bilidim, morto em um baile funk após urinar em uma criança. Um amigo da vítima também foi linchado ao tentar descobrir seu paradeiro. A polícia apontou Professor como mandante.

Fornecedor de armas do Comando Vermelho
Em 2023, Professor se tornou o principal comprador de armamentos do Comando Vermelho, com envolvimento em negociações internacionais. A Polícia Federal afirma que ele participava de uma rede que importava armas legalmente adquiridas pelo argentino Diego Hernan Dirísio na Croácia, desviadas em Ciudad del Este e trazidas ao Brasil.
Philip morava em uma casa de alto padrão na Fazendinha, com piscina, hidromassagem e vista privilegiada da comunidade. No local, mantinha estrutura para implantes capilares, tratamentos dentários e lipoaspiração.

Apelidado de “matuto”, era considerado estrategista dentro da facção, atuando diretamente na compra de armas e na distribuição de drogas.
Suicídio, homicídio ou acidente?
A Polícia Civil trabalha com três hipóteses para a morte de Philip da Silva Gregório. A principal é que ele tenha tirado a própria vida com um tiro na cabeça. As outras possibilidades são que ele tenha sido morto por uma suposta amante ou que o disparo tenha ocorrido de forma acidental.
A corporação segue com as investigações para esclarecer o caso.