Rio fecha parceria bilionária com gigante chinesa para energia limpa

O Governo do Rio de Janeiro deu um passo decisivo rumo à liderança nacional na economia verde, ao avançar na parceria com a multinacional chinesa Envision Energy, uma das maiores empresas globais de energia limpa. O acordo, que pode render até R$ 5 bilhões em investimentos até 2033, prevê a instalação de uma planta sustentável no estado e tem potencial para gerar 1.000 empregos já na primeira fase da construção.

A reunião entre o governador Cláudio Castro e executivos da Envision ocorreu nesta quinta-feira (22), no Palácio Guanabara, e representou a continuidade das tratativas iniciadas em abril, durante missão oficial do governo fluminense à China.

Parceria com a Envision Energy

O projeto prevê a instalação de um hub industrial sustentável voltado à produção de SAF (combustível sustentável para aviação), hidrogênio verde e amônia verde, conectando a produção de etanol e biomassa à crescente demanda dos setores aéreo e marítimo.

Além da infraestrutura industrial, o plano inclui a criação de um centro de inovação tecnológica, com parcerias entre universidades brasileiras e internacionais. O governo estadual se comprometeu a facilitar processos como incentivos fiscais, licenciamento ambiental e questões tarifárias.

A executiva Bella Zhang, responsável global pela estratégia de SAF da Envision, afirmou que o Brasil terá papel central no plano de expansão internacional da empresa: “Queremos escalar globalmente a cadeia de valor dos combustíveis verdes, e o Rio tem todos os elementos estratégicos para isso”, declarou.

Qual o impacto do projeto para o Rio de Janeiro?

Segundo Cláudio Castro, a meta é transformar o estado em um polo de tecnologia limpa: “Temos porto, base produtiva, capital humano e vontade política. Nosso objetivo não é apenas exportar commodities, mas produzir e desenvolver tecnologia de ponta em combustíveis sustentáveis.”

O projeto da Envision integra o plano de criação do primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina, com possível apoio do BNDES e da FINEP. A iniciativa busca aproveitar o protagonismo do Brasil na produção de etanol – junto aos EUA, responsável por 80% da oferta mundial – e dar o próximo passo rumo à transição energética.

A parceria é vista como estratégica para inserir o Rio de Janeiro na vanguarda da inovação ambiental, com impacto econômico, social e ambiental de alcance global.