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Secretaria de Estado da Mulher lança movimento #ELAPODE na semana do Dia Internacional do Surf

Campanha de enfrentamento à violência contra mulher no esporte tem apoio de surfistas profissionais

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Secretaria de Estado da Mulher lança movimento #ELAPODE na semana do Dia Internacional do Surf
Secretaria de Estado da Mulher lança movimento #ELAPODE na semana do Dia Internacional do Surf (Foto: Divulgação)

A Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) lança, nesta quarta-feira (21.06), em parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer, o movimento #ELAPODE, de enfrentamento à violência contra a mulher no esporte. Na semana em que o estado do Rio de Janeiro recebe a etapa do campeonato mundial de surf em Saquerema e se comemora o Dia Internacional do Surf, modalidade que teve recentemente episódios lamentáveis de violência contra a mulher, a campanha convida atletas, praticantes de surf e de outras modalidades de esporte e a população fluminense a criar uma onda nas redes sociais para exigir respeito e reafirmar o direito de as mulheres estarem onde elas quiserem, jogando bola, fazendo gol, surfando, narrando futebol, apitando jogo, torcendo nas arquibancadas, e sem sofrerem assédio ou agressões físicas e verbais.

“Vamos fazer uma onda gigante contra a violência que atinge as mulheres no esporte. A Secretaria da Mulher tem canais e centros especializados para acolher e apoiar mulheres vítimas de assédio e outros tipos de violência. O movimento #ELAPODE quer estender essas ações para ambiente esportivo, incluindo os estádios”, diz a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.

O movimento #ELAPODE convida atletas, esportistas e a população a postar um vídeo ou uma foto com uma mensagem e a hashtag da campanha, marcando o Instagram da SEM-RJ (@secmulherrj). Essas mensagens serão difundidas pelo Brasil e o mundo. A multicampeã de surf Andrea Lopes e a campeã de longboard Rayane Amaral, ambas atletas profissionais, participam do movimento e contam que já sofreram agressões verbais dentro da água.

“Quando comecei a surfar, poucas mulheres praticavam o esporte, e a bandeira do respeito sempre foi muito importante para que eu continuasse com a prática. Atualmente, o surf atrai mais meninas e precisamos seguir reafirmando o nosso espaço para as sufistas terem tranquilidade e segurança no mar e na areia”, diz Andrea Lopes, uma das pioneiras no surf profissional no Brasil, primeira brasileira a vencer uma etapa do Circuito Mundial WSL, feito conquistado no Rio de Janeiro em 1999, e dona de uma escola de surf na Barra da Tijuca.

Ex-surfista profissional de longboard, Marcela Carrocino conta que a filha de 14 anos foi agredida quando surfava na Barra:

“Ela foi empurrada em uma onda por um homem acima dos 50 anos e ficou assustada, não quer mais entrar na água desacompanhada e quase perdeu o interesse pelo surf. Nenhum tipo de violência deve acontecer, nem física nem verbal. Isso vai contra a essência do surf. O mar é de todos, e o respeito deve prevalecer”, diz Marcela, que hoje é gestora e head coach da Lahui Escola de Canoa Havaiana.

A superintendente de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da SEM-RJ, a delegada Tatiana Queiroz, é surfista e relata que o surf vem se tornando um espaço hostil para as mulheres, o que precisa ser combatido:

“A Secretaria de Estado da Mulher está iniciando esta semana o movimento #ELAPODE, contra a violência no esporte. Essa violência se configura de duas maneiras: assédio moral ou sexual, estupro, injúria entre treinadores e meninas que praticam esporte; e a violência contra as mulheres na prática esportiva. No surf, temos vivenciado essas agressões praticadas por homens contra meninas dentro e fora da água. Não se cale. Se você for agredida, relate para alguém e, em casos mais graves, procure a polícia e faça um registro de ocorrência”, alerta Tatiana Queiroz.

Para o secretário de Estado de Esporte e Lazer, Rafael Picciani, o esporte possui muitas formas de colaborar com a sociedade:

“Uma delas é demonstrando a igualdade entre gêneros e a importância do respeito ao próximo. O ambiente do surf tem se mostrado altamente eficaz para esse fundamento, pois acolhe jovens, adultos, pessoas mais experientes, pessoas com deficiência e muito especialmente mulheres, o que demonstra que a sociedade precisa aprender com os bons exemplos que o esporte vem trazer. E nós sempre defenderemos esportes livres de preconceito ou qualquer tipo de agressão”, diz.

Aplicativo Rede Mulher
Criado pelo Governo do Estado e desenvolvido pela Polícia Militar para socorrer vítimas de violência, o app Rede Mulher tem o botão de emergência que permite contato eletrônico com o 190. No aplicativo, a mulher também pode ser redirecionada para o site da Polícia Civil para fazer um registro de ocorrência on-line. Outra funcionalidade é o modo camuflado, que, quando acionado, muda de aparência e só pode ser acessado por login e senha. Há também um passo a passo de como solicitar um pedido de medida protetiva e uma lista com os centros especializados de atendimento à mulher. Outro ícone importante é o Guardiões, uma rede de apoio com contato de até três pessoas que possam socorrer a vítima em uma situação de emergência.

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