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Shein pode ser banida por venda de bonecas sexuais infantis
As bonecas, com cerca de 80 centímetros, cabelo trançado e roupas infantis, vinham acompanhadas de um ursinho de pelúcia
A França ameaçou impedir o acesso da Shein ao mercado nacional caso a empresa não suspendesse a venda de “bonecas sexuais que se parecem com meninas”. A medida foi discutida após a emissora RMC revelar que a varejista chinesa comercializava produtos descritos como “brinquedos para homens” com aparência infantil.
As bonecas, com cerca de 80 centímetros, cabelo trançado e roupas infantis, vinham acompanhadas de um ursinho de pelúcia. No anúncio, eram descritas como uma “boneca de silicone autêntica e adorável para homens”. O valor do produto variava entre 200 e 655 euros.
O mesmo tipo de anúncia estava disponível não apenas na Shein, mas em plataformas como AliExpress, Temu e Wish. O Ministério Público de Paris abriu quatro investigações distintas após um alerta da Direção-Geral da Concorrência, Assuntos do Consumidor e Controle de Fraudes (DGCCRF), que identificou a presença das bonecas no mercado francês.

Ministro francês ameaça banir a Shein
O Ministro da Economia da França, Roland Lescure, declarou que poderá solicitar o bloqueio da Shein no país caso a situação volte a ocorrer. “Se esse comportamento se repetir, teremos o direito, e eu o solicitarei, de proibir o acesso à plataforma Shein no mercado francês”, afirmou nas redes sociais.
A Alta Comissária para a Infância, Sarah el-Haïry, também propôs reunir todas as plataformas envolvidas para identificar os compradores das bonecas.
Shein remove anúncios e nega ligação direta
A Shein afirmou não ter relação direta com o produto e informou que já retirou todos os anúncios e imagens relacionados às bonecas sexuais. O porta-voz da empresa na França, Quentin Ruffat, disse que a companhia suspendeu temporariamente seu catálogo de “brinquedos adultos”.
“Isso não justifica tudo. Precisamos diferenciar a marca Shein, que vende roupas, do marketplace. A Shein é uma intermediária”, explicou Ruffat. A empresa reforçou que “esses anúncios eram de vendedores terceirizados”, embora o CEO, Donald Tang, tenha assumido “responsabilidade pessoal por eles”.
Ruffat reconheceu falhas internas e elogiou a rapidez da resposta da companhia. “Trata-se de uma falha interna em nossos processos e governança, e nós a reconhecemos e respondemos prontamente. Aliás, a DGCCRF apreciou a rapidez da nossa resposta”, afirmou.
O porta-voz voltou a se pronunciar à rádio RMC nesta terça-feira (3). Segundo ele, a Shein está disposta a compartilhar os nomes dos compradores das bonecas.
Empresa promete cooperação total com a Justiça
A Shein informou que vai cooperar com o sistema judiciário e responder a todos os pedidos de informação. “Seremos completamente transparentes com o sistema judiciário”, declarou o porta-voz.
O AliExpress também removeu o produto de seu site.
