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Uso da Inteligência Artificial na psiquiatria é tema de Simpósio no Rio de Janeiro

O uso da Inteligência Artificial na área da saúde mental é uma realidade no Brasil, e a partir de novos estudos e da definição de normas que orientem estas práticas, a tecnologia servirá para ampliar as formas de prevenção e tratamento de transtornos como a depressão e a bipolaridade. Este será o tema do Simpósio Psiquiatria na Era Digital, promovido pela Clínica Jorge Jaber, que acontece dia 5 de agosto, dentro da programação da XXV Jornada de Psiquiatria da Aperj, no Teatro Fashion Mall, em São Conrado.

Coordenado pelo psiquiatra Jorge Jaber, Grande Benfeitor da Academia Nacional de Medicina e diretor da clínica, o simpósio contará com a participação de Ives Cavalcante Passos, psiquiatra especializado em transtornos de humor (bipolaridade e depressão) e professor de Psiquiatria e Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e de Juliana Bancovsky, psiquiatra e diretora médica e regulatória da Lundbeck Bauc Brasil e Cone Sul, empresa especializada em saúde do cérebro.

“O uso da IA na área da saúde mental vem sendo estudado há cerca de dez anos e desde então já foram criadas técnicas sofisticadas para análise de informações que ajudam na prevenção de doenças e também na seleção de tratamentos, com construção de estratégias personalizadas que possibilitam prever o desempenho do paciente”, explica Ives Cavalcante Passos, cuja palestra será sobre o tema “Uso de IA nos transtornos de humor – oportunidades e limitações”.

Ives Cavalcante Passos (Foto: Reprodução/Divulgação)

Dedicado ao estudo do uso das tecnologias na psiquiatria, o médico cita como exemplo a criação de calculadoras, a partir da análise de informações dos pacientes pela Inteligência Artificial, que demonstram o risco de suicídio nos três anos seguintes. “Por meio da IA, podemos prever a ocorrência da doença, intervir precocemente para controlá-la, evitando desfechos graves, e estabelecer previamente o melhor tratamento”, explica.

O novo desafio enfrentado agora é a utilização dos chatbots, em especial o ChatGPT, com prestação de informações relevantes sobre as doenças, prevenção e cuidados, disponíveis 24 horas por dia. Também já existem aplicativos de celular que podem ajudar pacientes ansiosos, depressivos e bipolares, com insônia e dependentes químicos. “O uso destes recursos não representa uma estratégia de tratamento, mas pode servir como suporte emocional. No momento, estão sendo realizados estudos científicos que orientem a evolução dos tratamentos com base na IA”, explica Passos.

Especializado no tratamento de dependentes químicos, o psiquiatra Jorge Jaber, mediador do simpósio, acredita que o uso da IA está ampliando os horizontes da psiquiatria, de forma definitiva e muito rápida. “E é justamente por se tratar de tecnologias com potencial de inovação acelerado que precisamos entender os cenários e pensar no uso destas ferramentas de forma ética e responsável. O evento será um espaço onde os especialistas poderão colaborar neste debate”, argumenta.

Para Juliana Bancovsky, é imperativo para o desenvolvimento de intervenções mais bem-sucedidas que se traduza o conhecimento que vem sendo adquirido em pesquisa básica, de forma a permitir a sua aplicação prática. “A inteligência artificial vem nos ajudando a integrar as informações e as interações que ocorrem dentro e entre diferentes sistemas biológicos, o que até então era impossível de ser feito”, comenta ela, que falará sobre o tema “Do conceito à prática: o papel da IA na Psiquiatria”.

A médica explica que a chamada “Psiquiatria de Precisão” visa caracterizar diferentes biotipos relacionados a cada doença psiquiátrica hoje existente, através de um modelo integrativo para a análise de informações como história familiar e pessoal, hábitos de vida e características biológicas diversas com a ajuda de técnicas de inteligência artificial, como “big data” (análise de grandes bases de dados) e “machine learning” (aprendizado de máquina). Uma vez identificados marcadores biológicos associados aos biotipos, os tratamentos, medicamentosos ou não, seriam mais bem direcionados, com aumento de chances de sucesso terapêutico e diminuição de danos.

No campo de pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos, há também aplicações práticas de IA que visam diminuir o tempo e minimizar os erros, o que pode reduzir os custos sociais e financeiros.

“Hoje, em psiquiatria, de uma ideia até o paciente, ou seja, até que um medicamento inovador chegue às farmácias, é necessário um investimento de cerca de 15 anos em pesquisas, a um custo aproximado de 2,5 bilhões de dólares. É muito desafiador e as chances de insucesso são grandes, maiores do que em ouras área das medicina, justamente pelos desafios clínicos da psiquiatria. As novas tecnologias podem, potencialmente, diminuir os prazos e custos desse processo, mantendo a segurança dos pacientes e qualidade do processo, o que resultaria em inovações mais eficientes, em menor tempo e com um acesso mais amplo para a sociedade”, explica ela.

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