“Vai ser muito difícil seguir sem você”, diz irmã de Juliana Marins em carta aberta
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“Vai ser muito difícil seguir sem você”, diz irmã de Juliana Marins em carta aberta

Juliana e Mariana tinham uma relação de proximidade e cumplicidade muito grande; a irmã mais velha publicou uma homenagem no Instagram

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Juliana Marins, de 26 anos, com a irmã, Mariana Marins. Foto: Reprodução/Instagram

Mariana Marins, irmã mais velha de Juliana Marins, de 26 anos, que morreu durante uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia, publicou um texto emocionante de despedida. As duas tinham uma relação de proximidade e cumplicidade muito grande.

Mariana era responsável por alimentar as redes sociais com informações sobre o resgate da niteroiense. Na madrugada desta quinta-feira (26) ela postou um texto no Instagram homenageando a irmã e relembrando a forte parceria entre elas.

Confira na íntegra

“Aos quatro anos de idade, falei pros meus pais que eu queria 10 irmãs. Aos 5 anos, quando você nasceu, não quis mais nenhum, você já valia pelos 10! Hahaha! Você sempre foi doidinha de tudo, de ter as melhores tiradas, um humor típico Marins. Ensinei você a andar de bicicleta, a tocar violão, a gostar de 30 seconds to mars só pra ir ao show comigo.

Você sempre foi a maior parceira do mundo, mesmo sendo avoadinha de tudo, sempre acreditando que todas as coisas sempre iam dar certo. E o pior: elas sempre davam certo! Você sempre esteve comigo em todos os momentos, inclusive nos piores deles. A gente sempre dizia que moveria montanhas uma pela outra, e daqui do Brasil, tentei mover uma lá na Indonésia por você. Desculpa não ter sido suficiente, irmã.

Do nada me pego pensando no fato de que agora não tenho mais minha madrinha de casamento… ainda bem que eu consegui casar bem antes de você sair de casa pra ir realizar o seu sonho! E ainda bem que vc também amava o amor da minha vida. Era incrível o amor de vocês! Escolhi muito bem né, como você já cansou de me falar.

Outra coisa que tem me incomodado muito é que meus filhos não terão a tia Ju por perto. Seu relógio biológico bateu errado e você – semana sim, semana não – me pedia logo uma sobrinha. Você seria uma excelente tia. Seus sobrinhos vão saber tudo sobre você. Não se preocupe com isso. Mas eles não terão o privilégio de conviver com você. E isso tem acabado comigo.

Como vou ser velha sem você? Como terei 60 anos sem você do meu lado? Quem usará um gorro de natal comigo em qualquer dia de dezembro? Inclusive, não sei como serão os natais sem você, irmã. Minha data preferida. Em que você fazia questão de usar um gorrinho junto comigo porque você sabia que eu amava.

Minha irmã gêmea, com cinco anos de diferença, que me amou, me protegeu, me incentivou, me acolheu. Vai ser muito difícil não te ter por perto, irmã. Vai ser muito difícil seguir sem você. A vida vai ser muito difícil sem você.”

Prefeitura de Niterói irá custear traslado

A Prefeitura de Niterói emitiu nota informando que vai custear o traslado de Juliana Marins. O corpo será trazido ao Brasil para ser velado e sepultado em Niterói, cidade onde Juliana vivia.

A Prefeitura da Região Metropolitana decretou luto oficial de três dias pela morte de Juliana. A administração municipal também está preparando uma homenagem para a jovem, que será anunciada nos próximos dias.

Quem é Juliana Marins?

Natural de Niterói (RJ), Juliana é formada em Publicidade pela UFRJ e atua também como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia, com passagens por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.

Ela realizava a trilha guiada por dois profissionais e acompanhada de outros 6 turistas, quando sofreu a queda na cratera do vulcão. Um drone do Parque Nacional do Monte Rinjani localizou a jovem. As imagens capturadas chegaram à família no Brasil por meio das redes sociais.

A tragédia

Sábado (21)

  • Juliana fazia uma trilha no Monte Rinjani, quando caiu cerca de 200 metros em um terreno íngreme do vulcão.
  • As buscas foram iniciadas imediatamente.
  • Um drone localizou Juliana sentada na encosta, ainda com vida, e as imagens foram divulgadas nas redes sociais.

Domingo (22)

  • O resgate foi suspenso devido às condições climáticas desfavoráveis, principalmente pela forte neblina na região.
  • O Itamaraty informou que estava em contato direto com autoridades locais para acompanhar o caso.

Segunda-feira (23)

  • Um drone operado por equipes de resgate conseguiu chegar até Juliana, que estava imóvel a cerca de 400 metros do penhasco do vulcão.
  • As equipes tentavam se aproximar por terra, em um local de difícil acesso.

Terça-feira (24)

  • As equipes de resgate localizaram o corpo de Juliana, a cerca de 600 metros de profundidade.
  • A morte da jovem foi confirmada pelas autoridades locais.