Momentos antes do julgamento dos 12 militares do Exército denunciados pela morte do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo começar, a esposa do artista, Luciana Nogueira começou a passar mal e precisou ser atendida pela equipe médica da Justiça Militar.
O crime aconteceu em abril de 2019 quando Evaldo Rosa passava de carro em direção a um chá de bebê na Estrada do Camboatá, em Guadalupe, na Zona Oeste do Rio. A defesa alega que o os militares do Exército confundiram o carro do músico com o de criminosos que estavam em perseguição. Um laudo mostrou que foram disparos 257 tiros na direção do carro, 80 atingiram o veículo de Evaldo. Além dele, a família também estava no carro, entre eles o filho do artista. O sogro de Evaldo Rosa foi baleado, mas se recuperou. O músico morreu na hora.
“Temos os laudos, provas periciais, um vídeo do fato, boletim de atendimento médico, prova testemunhal, moradores que testemunharam presencialmente, a vítima Sérgio [sogro de Evaldo que foi baleado na ação] e o interrogatório dos acusados que confessaram que acreditavam que eram os assaltantes”, disse a promotora Najla Nassif Palma.
Ao ver a situação, o catador de latinhas Luciano Macedo, que passava pelo local, foi ajudar a família. Neste momento, os militares do Exército atiraram contra ele. O catador chegou a ficar internado, mas morreu dias depois. A defesa dos militares sustenta que agiram em legítima defesa por conta de uma suposta tentativa de assalto. Porém, nenhuma arma nunca foi apreendida.
A viúva Luciana Nogueira chegou na Justiça Militar por volta das 7h e falou sobre as expectativas da audiência.
“Hoje é um dia muito importante, dia da expectativa que a Justiça seja feita. Eu to muito ansiosa, mas ao mesmo tempo me bate um medo de impunidade por estar sendo julgado por eles mesmo. A esperança e a fé que me fazem seguir. Aquele dia vai ficar gravado na minha memória para toda vida”.
Após ter sido reagendada três vezes, nesta quarta-feira (13) o julgamento terá início. Ao longo do processo, já foram realizadas as oitivas de testemunhas de acusação e defesa, qualificação e interrogatório dos réus, produção de provas adquiridas pelas partes e, por fim, foram apresentas alegações escritas pelo Ministério Público Militar e pela Defesa. Nesta quarta, os réus serão julgados.
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