Esportes
Você sabia? Estas seleções já ficaram no ‘Top-4’ da Copa do Mundo
Mundial conta com equipes pouco lembradas, mas que chegaram longe
Ao todo, já foram 87 as seleções que disputaram a Copa do Mundo. Destas, só oito foram campeãs. Mas existem aquelas muitas vezes esquecidas, que chegaram longe na competição. Uma série de equipes menos famosas já figurou até mesmo entre as quatro melhores de uma mesma edição. Confira abaixo uma super lista com times que já foram semifinalistas de Copa, mesmo sem ter grande tradição no certame.
Estados Unidos
O futebol nos Estados Unidos ainda é considerado um tabu, embora esteja crescendo muito nos últimos anos. Mas, imagine em 1930, na primeira Copa do Mundo da História. A seleção norte-americana mandou ao Uruguai uma equipe amadora. Mesmo assim, o time fez bonito e acabou chegando às semifinais. O destaque foi o atacante Bertrand Patenaude, que fez o primeiro ‘hat-trick’ (três gols na mesma partida) na História dos Mundiais. Os norte-americanos foram batidos pela Argentina nas semifinais e ficaram com o quarto lugar daquele Mundial, atrás apenas dos Uruguaios, os primeiros campeões do mundo, dos argentinos e dos iugoslavos.
Áustria
A seleção da Áustria de 1934 teve dois dos seus jogadores mais destacados na história. O cerebral Mathias Sindelar, chamado de Homem de Papel, e Joseph Bican, tido por muitos como o maior artilheiro da história do futebol em todos os tempos, com mais gols até do que Pelé. Naquela Copa, toda disputada em formato de mata-mata, a Áustria eliminou França e Hungria, caindo apenas nas semifinais, para a Alemanha. Aquele parecia o começo promissor de uma boa geração austríaca, mas quatro anos depois o país acabou anexado pela Alemanha e sequer entrou em campo para o Mundial. Ainda assim, até os dias atuais, esta continua sendo a melhor performance dos austríacos em uma Copa do Mundo.
Tchecoslováquia
A Tchecoslováquia é um país que não existe mais. Mas, enquanto existiu, foi uma potência do futebol europeu. Na Copa de 1934, a forte equipe passou por Romênia, Suíça e Alemanha, chegando à grande decisão contra a Itália, dona da casa. Liderada pelo atacante Nejedlý (artilheiro da Copa, com cinco gols), a equipe fez jogo duro com os italianos e empatou na decisão em 1 a 1, mas acabou batida na prorrogação. A geração tchecoslovaca seguiu forte até a Segunda Guerra Mundial, mas só voltou a fazer bonito em 1962.
Naquela ocasião, voltou a decidir o Mundial, mas teve pela frente o Brasil. Os tchecos saíram na frente na decisão de Santiago, apenas para tomar a virada no segundo tempo, na decisão que viu a Canarinho tornar-se bicampeã do mundo. Naquela campanha, a equipe eliminou a forte Alemanha e fez sua melhor campanha em Mundiais. Campeã europeia de 1976, a Tchecoslováquia se dissolveu no final de 1992, dando origem a dois países, a República Tcheca e a Eslováquia.
Suécia
Os suecos têm uma seleção tradicional, já que participou de 12 das 22 Copas do Mundo. Mas poucos se recordam que a equipe nórdica já chegou longe em Mundiais mais de uma vez. Em 1938, a equipe foi semifinalista da Copa do Mundo da França. Na ocasião, curiosamente, teve mais derrotas do que vitórias. Isto porque nas oitavas de final, eliminou a Áustria por W.O. sem precisar jogar. Nas quartas de final, goleou Cuba, então estreante, por 8 a 0. Mas perdeu a semifinal para a Hungria, que seria mais tarde vice-campeã. Na decisão de terceiro lugar, acabou batida pelo Brasil.
A Suécia voltou a brilhar em uma Copa do Mundo 20 anos depois, quando a sediou. Em 1958, venceu os alemães na semifinal e decidiu com o Brasil. Ali, o roteiro foi muito parecido com o da Tchecoslováquia de 1962: abriu o placar na final, mas tomou a virada, perdendo por 5 a 2. O vice, como dona da casa, permanece sendo a melhor performance da Suécia em Copas.
Iugoslávia
Outro país que já não existe, a Iugoslávia foi a primeira grande seleção europeia da história das Copas. Em 1930, foi semifinalista de um Mundial dominado por seleções da América. Até então, a reputação da Copa do Mundo não era grande do outro lado do Atlântico. Os iugoslavos acabaram sendo um dos únicos europeus a aceitarem viajar rumo ao Uruguai. Na altura, o deslocamento era feito de navio, já que a aviação comercial ainda estava engatinhando. Após cerca de um mês a bordo, a equipe do distante país europeu fez bonito nos gramados uruguaios. Perdeu apenas para o time da casa e venceu os Estados Unidos na decisão do terceiro lugar.
Já em 1962, no Mundial do Chile, a seleção voltou a ter uma boa prestação, novamente alcançando as semifinais. Perdeu para a Tchecoslováquia na semi, e acabou com o quarto lugar, derrotada pelo Chile no último jogo. O país se dissolveu em 1991, dando origem a diversas repúblicas. Uma das seleções resultantes desta divisão, a Croácia, já foi semifinalista da Copa do Mundo duas vezes, em 1998 e 2022, além de vice-campeã em 2018.
Hungria
A Hungria de 1954 é uma das seleções mais famosas da história do futebol e da Copa do Mundo. Mesmo assim, não conseguiu fatorar o título. Na Copa do Mundo da Suíça, o time liderado por Puskas encantou o mundo, os ‘Magiares Mágicos’ derrotaram todos os seus adversários até a grande final contra a Alemanha Ocidental. Adversário que, aliás, os húngaros tinham vencido na fase de grupos por incríveis 8 a 3. A Hungria vinha de ser medalhista de ouro nas Olimpíadas de 1952 e contava com uma equipe fantástica, que eliminara o Brasil nas quartas de final.
Os húngaros chegaram a fazer 2 a 0 antes mesmo dos 10 minutos iniciais da decisão, realizada em Berna, mas tomaram um empate tão rápido quanto marcaram seus gols. No final do segundo tempo, veio o gol da virada germânica, que deu aos alemães seu primeiro título mundial. A Hungria voltou às Copas do Mundo em edições posteriores, mas sem nunca mais repetir o mesmo brilho. A última participação dos húngaros em uma Copa aconteceu em 1982.
União Soviética
Embora forte em muitos outros esportes, a União Soviética é uma das seleções que não chegou a ter grande brilho na história da Copa do Mundo de futebol. Mas uma campanha acabou se destacando. Em 1966, no Mundial da Inglaterra, passou invicta pela primeira fase, só sendo batida pela Alemanha Ocidental nas semifinais. Terminou com o quarto lugar, perdendo para Portugal a decisão da medalha de bronze. Uma consagração importante para o time que tinha o goleiro Lev Yashin, considerado o melhor de todos os tempos. Os soviéticos, entretanto, tiveram a oportunidade de levantar um troféu; o primeiro campeonato europeu de seleções, em 1960.
Polônia
A Polônia é mais uma das seleções que esteve duas vezes na semifinal da Copa do Mundo. Na primeira, em 1974, o time comandado por Lato e outros craques só perdeu para a Alemanha, dona da casa na semifinal. Com o futebol ofensivo, característico dos países da então cortina de ferro, os poloneses foram mais além e conseguiram a vitória mais importante de sua história, derrotando o Brasil na decisão do terceiro lugar por 1 a 0. O terceiro lugar naquele Mundial foi a consagração de uma geração vencedora que já tinha conquistado a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1972 e 1976.
Mas ainda houve outra oportunidade em que os poloneses chegaram longe. Na Copa da Espanha, em 1982, uma nova geração com nomes como Smolarek, Deyna e Boniek ficou entre as quatro melhores novamente. O time só foi eliminado pela Itália, que acabaria campeã do mundo, ficando com a quarta posição.
Turquia
A história da Turquia, terceira colocada em 2002, ainda é uma das mais surpreendentes da Copa do Mundo. O país estava sem disputar o Mundial havia quase 50 anos, desde 1954. Mas acabou caindo em um grupo que contava, apesar do então tetracampeão Brasil, com China e Costa Rica. Superando a fase inicial, derrotou o Japão no mata-mata e eliminou Senegal no gol de ouro. Nas semifinais, os turcos já tinham confirmado sua melhor campanha e fizeram um jogo duro contra o Brasil, perdendo novamente, mas apenas por 1 a 0.
A equipe chegou à decisão do terceiro lugar contra a Coreia do Sul, tornando a vencer por 3 a 2. Neste jogo, o atacante Hakan Sukur entrou para a História ao marcar o gol mais rápido dos Mundiais, com apenas 11 segundos. Os turcos, que nunca mais voltaram a uma Copa do Mundo desde então, tornaram-se, até hoje, a única seleção que venceu dois países sedes de uma Copa do Mundo em uma mesma edição.