Rio
“Vou te matar”: mulher é presa após atear fogo na ex e mantê-la em cárcere privado
A prisão ocorreu no TopShopping, em Nova Iguaçu, após investigadores monitorarem a vítima e marcarem um encontro com a suspeita
A Polícia Civil prendeu, na noite deste domingo (23), uma mulher por cárcere privado, perseguição e tentativa de feminicídio contra uma estudante de enfermagem. A prisão ocorreu no TopShopping, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após investigadores monitorarem a vítima e marcarem um encontro com a suspeita, identificada como Diana Trugilho da Rocha, de 30 anos.
Segundo a vítima, ela e Diana tiveram um relacionamento de dois anos, que havia sido encerrado há um mês. Após o término, de acordo com a estudante, a ex-companheira passou a persegui-la e não permitia que ela se deslocasse sozinha para o trabalho ou para a faculdade.
A jovem relatou que, dois dias antes da denúncia, Diana foi buscá-la no trabalho e não a encontrou. A suspeita então começou a ligar insistentemente até localizar a vítima, que disse ter inventado estar em um carro de aplicativo. Ainda de acordo com o depoimento, quando Diana a encontrou, fez um escândalo em público e a obrigou a voltar para a casa onde viviam. A vítima foi puxada pelos cabelos e arrastada até o carro pela ex, que é faixa azul de jiu-jítsu.
A estudante contou ainda que, ao chegarem à residência, Diana trancou a porta e escondeu as chaves. No dia seguinte, uma discussão teria se intensificado até que a agressora disse: “Você fala que sua vida comigo é um inferno, agora vou te matar”. A suspeita teria jogado álcool no corpo da vítima, acendido um isqueiro e ateado fogo. A jovem afirmou que conseguiu apagar as chamas com ajuda da própria autora.
A vítima relatou que desejava ir ao hospital, mas que a suspeita negou, pedindo ajuda a amigas enfermeiras. Depois, a estudante foi levada à unidade de saúde, atendida e, após a alta, retornou para casa, onde afirmou ter sofrido novas agressões, inclusive golpes com cabo de vassoura e arremesso contra uma janela. Ela também disse que Diana pressionou uma tesoura em seu pescoço e tentou feri-la na perna.
Como ocorreu a fuga e a prisão?
A vítima contou que tentou acalmar a suspeita para evitar novas agressões e, em um momento de distração, conseguiu fugir. Ela pediu ajuda em um bar e ligou para o 190, mas afirmou que não houve tempo para a chegada da polícia. Em seguida, conseguiu contatar o tio, que foi ao local e a resgatou. Segundo o depoimento, Diana ainda tentou impedir a saída da vítima e teria ido inclusive à casa da mãe dela.
Com o relato, os policiais iniciaram a investigação e, por meio de uma conversa no Instagram, marcaram um encontro com a suspeita no shopping. No momento da prisão, Diana não resistiu e foi conduzida ao sistema prisional.

A vítima declarou ainda que seu celular havia sido roubado e quebrado pela suspeita, que teria dito que ela “nunca mais teria celular”. A polícia informou que havia a informação de uma possível arma de fogo, mas nenhuma pistola foi encontrada durante a busca no veículo da detida.
De acordo com a Polícia Civil, Diana Trugilho da Rocha responderá por tentativa de feminicídio, cárcere privado, perseguição e furto do celular da vítima.

