Ferramenta de privacidade da Apple está sob ameaça

A Apple enfrenta forte resistência na Europa por causa do App Tracking Transparency (ATT), recurso de privacidade lançado em 2021 no iOS. A ferramenta exige que aplicativos peçam permissão aos usuários para rastrear suas atividades, o que reduziu drasticamente o acesso a dados usados na publicidade digital.

Desde a adoção do ATT, empresas como a Meta relatam queda na eficiência de anúncios direcionados, baseados em perfis de comportamento. O mecanismo, segundo a Apple, tem como objetivo garantir que o usuário escolha se deseja ou não ser rastreado.

Como o ATT afetou o setor de publicidade

O impacto do App Tracking Transparency foi profundo no mercado global de anúncios digitais. A limitação ao rastreamento fez campanhas perderem precisão e receitas diminuírem. Facebook e Instagram, principais afetados, buscam alternativas que não dependam de dados individuais.

Estudos apontam uma redução de cerca de 54,7% no rastreamento de usuários nos Estados Unidos após a mudança. Entidades do setor publicitário consideram o ATT uma ameaça ao modelo econômico baseado em dados e intensificaram a pressão sobre a Apple e sobre reguladores europeus.

Quais são os desafios legais enfrentados pela Apple

Na Alemanha, autoridades antitruste investigam se a Apple aplica critérios diferentes a seus próprios aplicativos em relação aos concorrentes. Na França, a empresa já foi multada por práticas relacionadas ao rastreamento de dados. A Apple contesta as acusações e afirma que suas políticas são mais rigorosas que as impostas a outros desenvolvedores.

A companhia argumenta ainda que serviços como Siri, FaceTime e iMessage foram projetados para impedir o cruzamento de informações entre plataformas, reforçando seu compromisso com a privacidade do usuário.

O futuro do App Tracking Transparency na Europa

Com o avanço das investigações e o lobby de empresas de tecnologia, o futuro do ATT na Europa segue indefinido. O debate gira em torno do equilíbrio entre privacidade e livre concorrência.

A Apple mantém posição firme em defesa do direito de escolha dos usuários. O desfecho desse embate pode influenciar políticas globais de privacidade e determinar até que ponto grandes empresas poderão impor mudanças em seus sistemas diante de pressões regulatórias e comerciais.