Nova IA desmonta décadas de pesquisas sobre água em Marte - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco
x

Tecnologia

Nova IA desmonta décadas de pesquisas sobre água em Marte

Descoberta coloca em xeque diversas missões espaciais.

Publicado

em

Compartilhe
google-news-logo
Nova IA desmonta décadas de pesquisas sobre água em Marte
Marte - Créditos: depositphotos.com / Tristan3D

As linhas de declive recorrentes (RSLs) são faixas escuras que aparecem periodicamente nas encostas de crateras e vales marcianos. Elas atraíram atenção por décadas, pois muitos cientistas as associaram à possível presença de água líquida sazonal.

Assim, as RSLs se tornaram alvos prioritários em missões de exploração, já que água representa chave para entender o potencial de habitabilidade do planeta vermelho. No entanto, a interpretação dessas marcas evolui conforme surgem novas técnicas de análise.

Como a IA está sendo usada para reavaliar as RSLs em Marte?

Pesquisadores das universidades de Brown e Berna aplicaram algoritmos de aprendizado de máquina para processar mais de 500 mil imagens de satélite de Marte. Assim, a IA identificou padrões que seriam difíceis de detectar manualmente.

O método correlacionou a ocorrência das RSLs com variáveis ambientais, como velocidade do vento, composição da poeira e mudanças de temperatura. Então, o uso de big data permitiu descartar hipóteses antigas e testar cenários alternativos de formação dessas faixas escuras.

Quais evidências indicam que vento e poeira formam as RSLs em Marte?

  • Concentração em regiões ventosas: as RSLs ocorrem com maior frequência em áreas onde ventos fortes mobilizam grandes quantidades de poeira.
  • Correlação com tempestades de areia: as faixas escuras aumentam após eventos de poeira intensa, sugerindo origem seca.
  • Ausência de sinais de umidade: sensores não detectam vapor de água associado às RSLs, porém revelam mudanças na reflectância da superfície.
  • Formação rápida e reversível: as marcas surgem e desaparecem conforme o acúmulo e remoção de sedimentos, então diferem do padrão esperado para fluxos líquidos.

Assim, essas evidências apoiam a hipótese de que processos eólicos dominam a criação das RSLs.

Nova IA desmonta décadas de pesquisas sobre água em Marte
Marte – Créditos: depositphotos.com / [email protected]

Quais impactos as novas descobertas trazem para futuras missões?

  • Menor restrição de pouso: áreas antes evitadas por suposto risco de contaminação por água podem agora receber sondas.
  • Redirecionamento de recursos: as agências espaciais podem focar em locais com maior probabilidade de gelo subterrâneo.
  • Otimização de roteiros de exploração: a análise por IA ajuda a priorizar alvos científicos com base em dados ambientais detalhados.
  • Segurança planetária: reduzimos o receio de introduzir microrganismos terrestres em ambientes úmidos hipotéticos.

Então, essas mudanças permitem planejar expedições de forma mais eficiente e econômica.

O que esperar da pesquisa futura em Marte?

Com a nova perspectiva sobre as RSLs, cientistas voltam atenções para regiões ricas em gelo subterrâneo ou com indícios de salmouras estáveis. Assim, missões futuras devem integrar sensores avançados de radar e espectrômetros de alta resolução.

Além disso, a IA continuará a explorar grandes conjuntos de dados, refinando modelos geológicos e atmosféricos. Porém, a busca por água não termina aqui: a descoberta pode surgir em locais inesperados, ampliando nossa compreensão sobre a habitabilidade marciana.