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Só sinais não são prova de vida fora da Terra! Veja
Vida extraterrestre? Molécula detectada em exoplaneta levanta dúvidas.
A descoberta de sulfeto de dimetila na atmosfera do exoplaneta K2-18b reacendeu esperanças e cautelas na busca por vida fora da Terra. Astrônomos usaram o Telescópio Espacial James Webb (JWST) para identificar essa molécula, que na Terra surge graças à atividade de plânctons e bactérias marinhas. Porém, processos não biológicos também podem gerar o mesmo composto, o que impede conclusões precipitadas.
A Via Láctea pode abrigar centenas de milhões de mundos com condições semelhantes às da Terra. Assim, pesquisadores utilizam telescópios de última geração para analisar atmosferas e procurar sinais de vida, seja por moléculas orgânicas ou padrões que desafiem explicações químicas.
O que significa a detecção de sulfeto de dimetila?
Na Terra, essa substância provém de organismos marinhos. Portanto, sua presença em um exoplaneta causa entusiasmo. Ainda assim, os cientistas não podem descartar fontes químicas inorgânicas, que também produzem o composto. Por isso, é preciso esperar novos dados antes de afirmar qualquer hipótese biológica.
Para avaliar descobertas, pesquisadores consideram relevância, intensidade do sinal e repetição das medições. No caso do K2-18b, o critério de relevância está atendido, mas o sinal se manteve fraco — com uma significância de 3-sigma, ou seja, 0,3% de chance de ser ruído.
Principais desafios na busca por vida extraterrestre
Confirmar vida requer mais do que uma molécula isolada. É essencial detectar outros marcadores biológicos, como oxigênio ou metano, em quantidades impossíveis de reproduzir por processos não biológicos. Além disso, diferentes equipes devem repetir as observações por instrumentos independentes.
Casos históricos ensinam cautela. No século XIX, canais artificiais em Marte e, em 1996, supostos microfósseis em meteoritos marcianos se revelaram explicações errôneas após revisões rigorosas.

O que esperar do futuro da pesquisa espacial?
A busca por vida continua avançando. Projetos como o SETI combinam investigação de sinais de rádio a missões de sondas planetárias. Ao mesmo tempo, telescópios como o JWST fornecem dados detalhados de atmosferas distantes.
Espera-se que novas missões, mais instrumentação e análise de modelos atmosféricos ofereçam evidências mais robustas. Com isso, a ciência pode finalmente responder: estamos sozinhos no universo?
O que mais precisa ser confirmado antes de afirmar que há vida?
- Detectar moléculas adicionais ligadas a processos biológicos, como metano em desequilíbrio.
- Repetir observações utilizando diferentes telescópios e métodos.
- Excluir explicações puramente químicas por meio de modelos atmosféricos precisos.
- Obter assinaturas simultâneas de diversos compostos orgânicos.