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Polêmica: lei pode impedir cirurgia em bebês com doença rara

Especialistas e famílias criticam proposta que impede correção cirúrgica precoce em meninas com genitália atípica

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Reprodução/ Pexels

Um projeto de lei que propõe proibir cirurgias corretivas em meninas com hiperplasia adrenal congênita (HAC) tem gerado forte debate entre médicos, especialistas e famílias. A proposta visa impedir que intervenções cirúrgicas sejam realizadas ainda na infância, defendendo que essas decisões fiquem a cargo da própria pessoa ao atingir a maioridade.

A hiperplasia adrenal congênita é uma condição genética rara identificada, em muitos casos, logo após o nascimento, por meio do teste do pezinho. A doença afeta a produção de hormônios pelas glândulas adrenais e pode causar, entre outros efeitos, alterações na genitália de meninas, fazendo com que o órgão sexual se assemelhe ao masculino.

Segundo profissionais da saúde, a cirurgia recomendada nesses casos tem caráter funcional, não estético. Ela pode evitar problemas como infecções urinárias, obstrução do canal vaginal e dificuldades futuras com a menstruação. “Trata-se de uma menina, com útero e ovários, que precisa de uma correção anatômica para se desenvolver com saúde”, explicam médicos contrários à proposta.

O assunto foi discutido no Jornal da Tupi, da Super Rádio Tupi, nesta quinta-feira (24). A convidada Denise Luqueta, fonoaudióloga voluntária da Associação Brasileira Addisoniana, explicou que impedir a cirurgia com base em uma suposta condição intersexo é um erro grave. “Essas crianças não são intersexo nem hermafroditas. São meninas com uma alteração hormonal que pode e deve ser tratada”, afirmou.

Durante o programa, apresentado por Sidney Rezende e com a participação dos colunistas Chico Otávio e Marcelo Madureira, Denise destacou que a proposta legislativa desconsidera evidências médicas e tira das famílias o direito de decidir, junto à equipe de saúde, o melhor caminho para suas filhas.

A Associação Brasileira Addisoniana reforça que o adiamento da cirurgia pode causar impactos psicológicos e físicos irreversíveis, além de comprometer o bem-estar da criança durante toda a infância.