Monumento que “protegia” o Rio antes do Cristo Redentor está abandonado

Um local que foi símbolo sagrado protetor da cidade do Rio de Janeiro antes do Cristo Redentor encontra-se em completo estado de abandono.

Crédito: Serra do Marz

Trata-se do Oratório da Providência (ou Capela das Almas), que fica Morro da Providência, primeira favela do estado.

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O principal símbolo da degradação é uma árvore que cresceu e atravessou o teto da igreja.

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O Oratório, que foi inaugurado em 1901, está tombado pela prefeitura desde 1986. Sua história está ligada aos soldados que retornaram da Guerra de Canudos.

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A estrutura está comprometida, o que impede até a limpeza. Itens de valor, como uma cruz de metal e um possível crucifixo de Antônio Conselheiro, desapareceram.

Crédito: Montagem/Reprodução/Mitra RJ

Dona Chiquinha, de 82 anos, é a cuidadora do local há 50 anos e expressa sua tristeza e medo com o estado de ruína.

Crédito: Divulgação/Maurício Hora

“Eu não posso nem varrer o oratório, com medo de estar lá dentro. E se, Deus o livre, cair um bocado daquele troço, o que eu vou fazer? Não dá”, comentou ela.

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A prefeitura atribui a responsabilidade da falta de manutenção à Mitra Arquiepiscopal, administradora do imóvel.

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Há um projeto de restauração elaborado, com previsão de início em outubro de 2026.

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Localizado na região central do Rio de Janeiro, o Morro da Providência é considerado por muitos a primeira favela do Brasil.

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Sua história remonta ao fim do século 19, quando soldados que retornavam da Guerra de Canudos, em 1897, sem receber a prometida moradia do governo, começaram a ocupar a área próxima ao centro.

Crédito: Domínio público/Acervo do Instituto Moreira Salles

Com o tempo, o morro passou a abrigar também ex-escravizados e trabalhadores de baixa renda que buscavam moradia acessível perto das zonas comerciais do Rio.

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No início, o local era chamado de "Favela", uma referência a um arbusto espinhento comum no sertão da Bahia, que cobria o terreno onde ocorreram os combates.

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A partir de 1920, outras ocupações de colinas com barracos e casebres do Rio de Janeiro também passaram a ser designadas como favela.

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Ao longo das décadas, o Morro da Providência se consolidou como uma comunidade marcada pela forte identidade cultural e histórica.

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A comunidade se desenvolveu de forma autônoma, com a criação de escolas de samba, terreiros de candomblé e outras manifestações culturais que são fundamentais para a identidade carioca.

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A escola de samba Vizinha Faladeira, por exemplo, que fica na Providência, foi a campeã do carnaval de 1937.

Crédito: Wikimedia Commons/Arleson Rezende

Apesar disso, até hoje o local enfrenta diversos desafios sociais, como falta de infraestrutura, desigualdade e violência urbana.

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Hoje, a região é conhecida não apenas por sua importância histórica, mas também pelo potencial turístico.

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