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Militância sem filtro? Novela da Globo recebe críticas e ganha apelido “Vale Lacre”

A produção tem gerado controvérsias ao priorizar temas sociais em detrimento da narrativa, resultando em críticas de profissionais da área.​

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Taís Araujo e Bella Campos serão mãe e filha, Raquel e Maria de Fátima, respectivamente, em "Vale Tudo" - Odete Roitman (Debora Bloch) aparece no final da primeira chamada do remake de Vale Tudo - Créditos: milleni.photocanva

Nos últimos anos, as novelas têm se tornado um espaço para debates sociais e culturais, refletindo questões contemporâneas e desafiando normas estabelecidas. Um exemplo recente é o remake da novela “Vale Tudo“, exibida pela Globo, que tem gerado discussões acaloradas nas redes sociais. A trama, escrita por Manuela Dias, foi apelidada de “Vale Lacre” devido ao seu roteiro considerado didático e direto, abordando temas progressistas de maneira explícita.

O termo “Vale Lacre” surgiu antes mesmo da estreia da novela, antecipando o tom contestador que a autora já havia demonstrado em trabalhos anteriores, como “Justiça” e “Amor de Mãe”. A expectativa era de que a adaptação traria uma abordagem moderna e crítica, o que se confirmou com a exibição dos primeiros capítulos. No entanto, a forma como esses temas são apresentados tem gerado críticas sobre a sutileza do roteiro.

Quais são os temas abordados na novela?

A novela “Vale Tudo” aborda uma variedade de temas sociais relevantes, incluindo questões de gênero, comportamento masculino tóxico e independência feminina. Em um dos episódios, o personagem Marco Aurélio, interpretado por Alexandre Nero, é confrontado por Renato, que critica a masculinidade tóxica do primo. Essa cena exemplifica a tentativa da novela de desafiar estereótipos de gênero e promover uma discussão sobre masculinidade saudável.

Elenco principal de Vale tudo – Créditos: Fábio Rocha/Globo

Além disso, a trama explora a autonomia feminina através de personagens como Solange, que questiona a percepção masculina sobre as mulheres e enfatiza a importância de ouvir as próprias mulheres sobre suas experiências. Essas cenas visam não apenas entreter, mas também educar o público sobre questões feministas e de igualdade de gênero.

Como o público tem reagido ao roteiro de Vale Tudo?

A recepção do público ao roteiro de “Vale Tudo” tem sido mista. Enquanto alguns espectadores apreciam a abordagem direta e educativa dos temas, outros criticam a falta de sutileza na narrativa. O uso de diálogos explícitos para transmitir mensagens sociais tem sido visto como uma tentativa de “ensinar” o público, o que pode ser percebido como paternalista.

Por outro lado, personagens como Marco Aurélio, que representam o lado oposto do espectro progressista, têm ganhado destaque devido ao carisma do ator e à complexidade do personagem. Isso levanta questões sobre a eficácia da narrativa em promover mudanças sociais quando os vilões acabam se tornando mais interessantes do que os heróis.

O que podemos aprender com a abordagem na novela Vale Tudo?

A novela “Vale Tudo” oferece uma oportunidade para refletir sobre a forma como temas sociais são apresentados na televisão. A narrativa explícita pode ser eficaz para alguns públicos, mas também levanta questões sobre a necessidade de sutileza e complexidade na construção de histórias que buscam promover mudanças sociais.

Em última análise, a novela destaca a importância de encontrar um equilíbrio entre entreter e educar, permitindo que o público tire suas próprias conclusões a partir das histórias apresentadas. O desafio para os roteiristas é criar narrativas que sejam ao mesmo tempo envolventes e impactantes, sem subestimar a capacidade do público de compreender mensagens implícitas.